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Vertiports: como serão os aeroportos para “carros voadores”?

Estudo mostra que o setor de vertiports terá crescimento exponencial até 2030 e movimentação bilionária até 2030, mas há problemas sem solução

Por Julio Cabral
Atualizado em 6 Maio 2024, 17h09 - Publicado em 6 dez 2023, 00h50
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  • Todos falam sobre carros voadores estão, quase sempre, falando sobre os eVTOLs. A sigla eVTOL significa electrical vertical take-off & landing, veículos elétricos de decolagem e pouso vertical, mas poucos entendem a infraestrutura que será necessária para o pouso, decolagem e outros serviços demandados por esses veículos.

    Diferentemente de aviões e helicópteros, aeronaves que já têm instalações já definidas, eles demandarão outras soluções de operação. Será um mercado gigantesco que, segundo estudo da SNS Insider, vai crescer 46 vezes até 2030. Chamados de vertiports, os espaços serão instalados em cidades ou arredores e podem ser integrados a outros tipos de transporte, exemplo de aeroportos e estações de trem, em um ambiente de mobilidade integrada. 

    De acordo com a SNS Insider, o mercado atual de vertiports é de 240 milhões de dólares, valor que vai saltar para 11 bilhões de dólares em 2030 em uma razão anual de crescimento de 61,4%. 

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    A estrutura será parecida com a de aeroportos em pontos como o controle de passageiros e de bagagens, além das áreas de embarque e desembarque. Claro que o tamanho será variável, dado que os espaços requeridos serão menores, uma diferença que vai facilitar a instalação de vertiports em lugares mais disputados da cidade. 

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    EVTOL
    EVTOL da Embraer, o Eve (Embraer/Divulgação)

    Os vertiports também são divididos em categorias. Os tipos se dividem em bases, hubs e pontos simples. As soluções podem envolver terminais, campos de pouso, estações de recarga, controle de solo, entre outras. E a localização é variada, podendo ser instalada no chão, plataformas flutuantes ou no alto de prédios.  

    O uso de propulsão elétrica é um dos fatores que ajudará no processo de construção de tais instalações, pois o ruído dos eVTOLs é menor do que os aviões. Não é possível instalar um aeroporto em qualquer lugar, uma vez que as regras sobre ruídos são restritivas. Somado a isso, tais veículos ajudarão na diminuição de emissões de poluentes.

    O Global Infrastructure Hub, organização sem fins lucrativos ligada ao grupo G20 – que reúne as maiores economias do mundo -, aposta que a aplicação dos vertiports tende a ser diferente em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Os primeiros terão uma integração maior com meios de transporte em massa, enquanto os segundos devem explorar melhor as falhas de locomoção, permitindo aos eVTOLs ocuparem lacunas que deveriam ter sido preenchidas por outros modais. Até nisso as diferenças econômicas vão imperar. 

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    A despeito do grande otimismo do estudo, há empecilhos graves, entre eles a ausência de legislação sobre a operação dos eVTOLs, regras que poderiam ser internacionais, mas que ainda não têm solução. Para citar um exemplo simples, a pilotagem autônoma das aeronaves ainda não é permitida.

    O problema do controle de tráfego aéreo é um dos maiores. Não será fácil integrar a operação de eVTOLs, drones de entrega, helicópteros e aviões em ambientes urbanos e fora das cidades, o que pode limitar a área de operação de cada uma das aeronaves. 

    Ainda de acordo com o estudo, o conflito de tráfego está sendo levado em consideração por companhias do setor, exemplo da parceria entre a Eve, empresa especializada em soluções de mobilidade aérea, e a Ferrovial, especialista em infraestrutura de transporte.

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