Veículos com ‘peso mágico’ são mais seguros e evitam mortes, diz estudo
Segundo o IIHS, carros, SUVs e picapes se tornam mais seguros quanto mais próximos dos 1.814 kg e se tornam mais perigosos conforme ficam mais pesados

Veículos maiores podem ser considerados mais seguros em batidas contra outros carros menores, por motivos óbvios de tamanho e peso. Por outro lado, eles são mais perigosos para os ocupantes de veículos menores.
Isso é uma regra baseada em estatísticas e proporções físicas. Porém, o instituto de segurança viária dos EUA, o IIHS (Insurance Institute for Highway Safety), descobriu um “número mágico”. Quanto mais próximos desse valor, mais seguros seriam os veículos para os seus passageiros em caso de batidas contra outro carros menores — leia-se hatches e sedãs. Também mais seguro seria para os modelos menores, que sofreriam menos com o impacto.
Segundo o instituto, quanto mais próximo dos 1.814 kg (4.000 libras), mais seguro é o carro. Acima ou abaixo desse peso, os carros, SUVs e picapes começam a se tornar potencialmente menos seguros e/ou mais mortais.
Para carros que pesam menos de 1.814 kg, a cada 226 kg (500 libras, aproximadamente) adicionais mais próximos desse limite, diminui-se o risco de mortes de motoristas “por milhão de veículos registrados por ano”.

Por outro lado, para os veículos que pesam mais de 1.814 kg, o risco é aumentado ao se adicionar 226 kg além do limite. E isso varia ainda de acordo com o tipo de carroceria.
No caso das picapes, independente do seu peso, seus passageiros continuarão seguros. Afinal, acima ou abaixo do limite, sempre haverá a diminuição de aproximadamente uma morte. Porém, elas vão se tornando mais perigosas para os passageiros de veículos menores.
O estatístico sênior do IIHS, Sam Monfort, afirma que “o que esta análise mostra é que escolher um veículo extrapesado não o torna mais seguro, mas o torna um perigo maior para outras pessoas”.

O estudo aponta que em acidentes com picapes que pesam menos de 1.814 kg haverá quatro mortes a mais para cada 226 kg adicionados. Já no caso de caminhonetes acima desse limite, a cada 226 kg adicionais, o número de mortes para os carros menores sobe para sete.
Os números mostram uma grande disparidade entre picapes e demais veículos, quando o assunto é a segurança com o outro. Mas no passado, é bem provável que as caminhonetes fossem ainda mais mortais.

O design e construção das picapes evoluiu para que sua dianteira “envolva” os carros menores em caso de colisão, ao invés de subir sob o capô. Já para os carros menores, o investimento maior é em recursos de segurança, como airbags.
Para o presidente da IIHS, David Harvey, isso explica a tendência atual para se fazer picapes mais leves: “esses números mostram que a transição para picapes mais leves também pode trazer grandes benefícios, especialmente porque muitos motoristas não usam para transportar cargas pesadas”.