Picapes usadas podem dar mais de R$ 40.000 de lucro na hora da venda

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Não é de hoje que o mercado de picapes vive em um mundo paralelo em relação às vendas de carros novos no Brasil. Com a crise econômica e a escassez dos semicondutores causadas pela pandemia da Covid-19, o ritmo de produção e vendas de carros está longe do ideal.

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Porém, surpreendentemente, as vendas de picapes não foram tão afetadas – e isso vale das compactas até as grandes. A Fiat Strada, por exemplo, lidera como o modelo mais vendido no acumulado de vendas até maio de 2021 com 51.368 exemplares comercializados. A Ram 1500, de quase R$ 500.000, esgotou em menos de um dia em seu lançamento.

Outro fator pelo qual as vendas das picapes surpreendem é que, além das crises enfrentadas no país, elas também tiveram seus preços reajustados, como quase a totalidade de modelos do mercado brasileiro. Ou seja, o valor médio que já era elevado ficou maior ainda.

Em compensação, pela alta demanda, os compradores desse segmento estão menos suscetíveis a esse aumento, em especial os clientes que atuam no agronegócio, um dos setores da economia que mais cresce. Tal valorização das picapes zero km acaba contribuindo para a consequente valorização das picapes seminovas ou usadas. 

Segundo um levantamento da Mobiauto, divulgado com exclusividade pela QUATRO RODAS, as picapes seminovas 2020 valorizaram, em média, 18,2% entre janeiro de 2020 a maio de 2021. 

Entre os modelos, alguns valorizaram cerca de 30% em 16 meses – e, portanto, tornaram-se modelos que fazem o proprietário lucrar no momento da venda. Lembrando que isso é raro, pois um modelo zero km tem uma média de desvalorização entre 15% e 20%. 

O estudo levou em consideração as cotações de 56 modelos e versões 2020 de picapes vendidas no Brasil. Somente uma versão perdeu cotação, ou seja, 55 delas valem mais hoje do que em janeiro do ano passado.

Os proprietários de Toyota foram os que mais se deram bem. Das 29 picapes que ganharam preço acima da média no levantamento (18,2%), a Hilux contou com praticamente metade das “campeãs”: 14 versões.

Mas foi a Ford Ranger, na configuração XLS 2.2 Turbodiesel 4×4, a grande vencedora de valorização: 32,8%. Ela podia ser comprada por R$ 125.300 em janeiro de 2020, e vale hoje R$ 166.400 – um aumento de R$ 41.105.

Apesar do ótimo desempenho de modelos da Toyota e da Ford, os resultados mostram que o segmento é bastante apreciado pelos consumidores. “Das 29 versões valorizadas acima da média, você encontra exemplares também de VW Amarok, Chevrolet S10, Mitsubishi L200, Nissan Frontier e Fiat Toro, ou seja, praticamente todas. Isso quer dizer que é a categoria de picapes em geral que possui ótima performance no mercado”, explica Sant Clair Castro Jr., CEO da Mobiauto.

Confira a lista das vinte picapes que mais valorizaram de janeiro de 2020 a maio de 2021:

Do lado de baixo do ranking, as dez mais desvalorizadas apontam seis versões a diesel e quatro flex. O modelo que está na lanterna dos 56 modelos avaliados é a Fiat Toro Volcano 2.4 Flex – a única que teve desvalorização (-1,61%). 

De acordo com Castro Jr., a aceitação da Toro no mercado de usados é inquestionável, visto que sempre se posiciona entre as mais vendidas do segmento como zero km.

“Essa condição é sazonal. Com a chegada da versão reestilizada, poucas semanas atrás, os modelos 2020 estacionaram momentaneamente suas cotações, uma vez que é praxe no mercado evitar a aquisição de um modelo em seu último ano de ‘carroceria antiga’. Mas isso é circunstancial. Creio que ela retorne rapidamente às boas médias”, destaca.

Confira a lista das dez picapes que menos valorizaram de janeiro de 2020 a maio de 2021:

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