V6 e híbrida, Ferrari 296 GTB de 830 cv entra em pré-venda no Brasil
Motor V6 biturbo com bancadas dispostas a 120° promete ronco digno de Ferrari, mas esta pode rodar até 25 km sem fazer barulho
Se a Ferrari SF90 colocou a fabricante italiana no ritmo da eletrificação, a nova Ferrari 296 GTB dá continuidade a esse movimento sem volta. Mais que isso, na verdade: promete entregar a mesma experiência sensorial de direção com um motor V6 biturbo, em vez de apostar em um V8 como sua antecessora, a F8 Tributo.
Uma unidade da 296 GTB foi enviada ao Brasil para demonstração aos potenciais compradores e sua chegada marca o início de sua pré-venda. Não há preço definido, porém: a Via Itália, representante da Ferrari no Brasil, diz que a flutuação cambial e as personalizações pedidas pelos clientes não permitem definir um valor fixo.
Quem fizer o pedido agora poderá receber o superesportivo híbrido a partir de dezembro. Quem optar por uma pintura exclusiva, porém, terá que aguardar por pelo menos um ano, porém. A Via Itália pretende vender pelo menos 20 unidades só da 296 GTB por ano.
A Ferrari 296 GTB (o número combina o deslocamento – 2992 cm3 – com o número de cilindros e a sigla significa “Gran Turismo Berlinetta”) é equipada com um V6 3.0 biturbo com as bancadas de cilindros dispostas a 120° e com os turbocompressores ao centro, tudo para deslocar o centro de gravidade para baixo. A última Ferrari com motor V6 foi a Dino, fora de linha desde 1976.
Enquanto o motor térmico gera 663 cv, um motor elétrico sempre estará sempre atuando com seus 167 cv, resultando em 830 cv de potência total e 75,5 kgfm. O câmbio F1, de dupla embreagem, tem 8 marchas. Para efeito de comparação, a F8 Tributo tinha um V8 3.9 twin-turbo de 720 cv e 78,5 kgfm.
De acordo com a Ferrari, o novo supercarro é capaz de ir de 0 a 100 km/h em 2,9 segundos e, de 0 a 200 km/h, em 7,3 segundos. A velocidade máxima ultrapassa os 330 km/h.
Quatro modos estão disponíveis para condução. O eDrive movimenta o veículo de 1.477 kg apenas com o motor elétrico, oferecendo autonomia de até 25 km a uma velocidade máxima de 135 km/h. A bateria de 7,45 kWh de capacidade e permite percorrer até 25 km sem gastar uma gota de gasolina.
O Hybrid é o modo padrão, que funciona com os dois motores ao mesmo tempo, gerenciando a melhor entrega de potência e torque de acordo com a exigência da situação e do motorista.
No Performance, ideal para uma direção mais esportiva, o motor a combustão fica sempre ligado para melhorar o desempenho e fornecer energia para a bateria em tempo integral. Por último, o Qualify oferece o máximo da 296 GTB.
Se por fora a Ferrari fez questão de encontrar uma aerodinâmica eficiente sem comprometer as linhas limpas da carroceria, por dentro consegue deixar bem evidente como é tecnológica. O quadro de instrumentos é uma grande tela curva de alta resolução e sem pudor para exibir informações mais complexas, como a origem da potência em tempo real.
A inspiração para o visual interno vem da Ferrari SF90 Stradale, mas só a 296 GTB tem volante com comandos táteis até mesmo para dar partida no motor. Mas os comandos do câmbio no console central em H remete à grelha do câmbio manual das Ferrari de décadas atrás.
Mas, definitivamente, nenhuma Ferrari de outros tempos tinha dois bocais de abastecimento: à esquerda o acesso ao tanque de gasolina e à direita a porta Type 2 para recarga da bateria.