Agora é oficial: Opel e Vauxhall passam a fazer parte do grupo francês PSA, que incluía Peugeot, Citroën e DS. A compra das duas marcas europeias, que pertenciam à General Motors há quase 90 anos, teria sido fechada durante o final de semana e movimentou a quantia de 3,8 bilhões de euros.
O que ficou definido foi o pagamento de 1,3 bilhão de euros pelas duas marcas, enquanto as operações financeiras da Opel serão adquiridas pela Peugeot e pelo BNP Paribas, um dos três maiores bancos da França, por cerca de 900 milhões de euros. O acordo também permite que a General Motors compre até 4,2% do capital da Peugeot (que valem cerca de 1,6 bilhão de euros), mas a GM não teria direito de voto.
Este negócio seria o maior da indústria automotiva desde a formação da FCA Fiat Chrysler Automobiles. Por trás da compra das duas marcas estão seis fábricas de automóveis, cinco fábricas de componentes e o centro de engenharia de Rüsselsheim, na Alemanha. A PSA absorverá 40.000 funcionários. A GM ficará apenas com o centro de engenharia de Turim, na Itália.
A Opel foi adquirida pela GM em 1929, durante a “Grande Depressão”. A empresa, criada por Adam Opel em 1862, fabricava apenas bicicletas e máquinas de costura até 1898. Já a Vauxhall, que produz modelos Opel na Inglaterra, está sob controle da GM desde 1925. Muitos modelos e derivados fizeram história no Brasil, tais como Opala, Chevette, Kadett, Omega, Vectra, Astra, Corsa, Zafira e Meriva.
E o futuro?
Não vá pensando que a partir da próxima semana o Opel Astra passará a usar motor THP e que o Corsa será uma variação do Peugeot 208. Negócios como este demoram anos para serem concluídos e a Opel continuará colaborando com a GM enquanto houver plataformas e componentes compartilhados.
Nada impede que os modelos da Opel possam chegar em outros mercados como alternativa aos franceses. Mas o maior interesse da PSA está na economia de escala que terá ao compartilhar componentes entre as cinco marcas. Espera-se que até 2026 a economia chegue aos 1,7 bilhões de euros, com expectativa de lucro anual de 6%.
A gama de produtos Opel está atualizada. O Corsa é de 2014, o Astra de 2015 e a nova geração do Insignia (substituto do Vectra na Europa) deve chegar ao mercado nos próximos meses, vendido também pela GM sob as marcas Buick e Holden – um exemplo de que a GM por enquanto não deve cortar totalmente os laços com sua ex-filial.
Por outro lado, o Opel Crossland X, a ser lançado esta semana no Salão de Genebra, já é fruto de parceria firmada entre Opel e PSA antes mesmo da troca de comando.
Substituto do Meriva, o crossover foi desenvolvido junto dos Peugeot 3008 e 5008: eles compartilham a plataforma EMP2 da PSA. Seu motor é Opel. E como curiosidade, o Opel Vivaro atual é basicamente um Renault Trafic com outro logotipo. Isso deve ser mudado pela PSA em breve.
Com a venda da Opel, a General Motors perde 10% de seu volume de vendas. Por outro lado, os lucros da GM terão impacto positivo imediato: desde 1999 a Opel dava prejuízo anual ao redor do bilhão de dólares. Agora, a principal marca da GM na Europa será a Cadillac, pois desde o início de 2016 a Chevrolet vende apenas o Camaro por lá.