A Toyota deu início nesta semana a uma estratégia para enxugar as operações nas fábricas de Sorocaba e Porto Feliz (SP). Na primeira unidade são produzidas as famílias de compactos Yaris e Etios; na segunda, os motores 1.3 e 1.5 que equipam os modelos.
Trezentos e quarenta funcionários já foram demitidos e outros 500 não terão seus contratos renovados até 5 de agosto, quando o terceiro turno de trabalho será encerrado nos dois complexos.
A empresa justificou a medida com a forte queda nas vendas para a Argentina. O país vizinho é responsável por 93% da demanda de veículos fabricados para exportação, que por sua vez representam 30% da produção em Sorocaba.
Segundo o portal G1, as demissões estão ocorrendo de duas formas: plano de demissão voluntária (PDV) para funcionários efetivos e não renovação de contratos temporários ligados ao terceiro turno.
O terceiro turno em ambas as fábricas fora aberto em maio do ano passado, pouco antes do lançamento da dupla de compactos premium Yaris e Yaris Sedan. À época, 870 novos empregados haviam sido contratados.
A expectativa para 2019 é que Sorocaba produzisse 160 mil unidades das famílias Yaris e Etios em 2019. Porém, com a forte crise argentina, a previsão caiu para 141 mil, depois 136 mil e, finalmente, para os mesmos 125 mil exemplares já atingidos no ano passado.
Daí o encerramento do turno extra e a dispensa de praticamente 100% dos colaboradores que ingressaram 13 meses antes.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba (SMetal) emitiu um comunicado no qual demonstrou ter sido pego surpresa com a decisão tomada “de forma unilateral”.
Por isso, de acordo com o sindicato, está cancelada uma pauta de revisão de benefícios aos trabalhadores dos dois complexos, proposta pela Toyota há cerca de um mês e que consiste em 18 pontos, incluindo reajuste salarial.