Com duas finais continentais em uma semana, a capital do Uruguai viverá um influxo de pessoas que já causa problemas até no Brasil.
Isso porque, pela falta de mais voos diretos a Montevidéu e pelos altos preços praticados nas opções disponíveis, torcedores de Flamengo e Palmeiras dispostos a ver a final da Libertadores ao vivo esgotaram quase todos os carros de aluguel disponíveis no Sul do Brasil — escassos devido à crise de semicondutores.
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Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), uma demanda repentina de aluguéis vem ocorrendo em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O motivo seria a ausência de voos diretos entre o Uruguai e São Paulo e Rio de Janeiro, de modo que seria mais barato (ou a única opção existente) tomar um voo doméstico até o destino mais ao sul do Brasil possível, completando o trajeto de carro.
Preços mais altos que o voo
A reportagem de QUATRO RODAS simulou valores para voos de ida e volta entre as cidades de Flamengo e Palmeiras e Montevidéu, onde, no dia 27 de novembro, ocorrerá a final da Libertadores. Ainda que as companhias aéreas tenham aberto voos extras, a alta demanda dos mais de 50.000 presentes no estádio Centenário parece ter favorecido a explosão de preço das tarifas, normalmente na faixa dos R$ 1.000 a R$ 2.000.
No fim de semana da final, entretanto, os valores mais baratos estavam na faixa dos R$ 6.000, mas com conexões de até 40h e três trocas de aeroportos. Jornadas menos cansativas, por outro lado, superam facilmente a casa dos R$ 10.000.
“As locadoras daqui que dão permissão para o veículo sair do Brasil praticamente já não têm carros à disposição”, explica o diretor da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) em Santa Catarina, Eduardo Ignácio, destacando que nem todas as locadoras permitem que o carro saía do Brasil. “Existe um risco maior quando o carro atravessa uma fronteira e esse fator também ajuda a reduzir a oferta”.
Tornando a situação ainda mais crítica, uma semana antes ocorrerá, no mesmo estádio, a final da Copa Sul-Americana, entre Athletico-PR e Bragantino. Nesse caso, a demanda é menor e praticamente exclusiva da torcida paranaense, que poderá utilizar automóveis particulares para a jornada de 3.000 km.
Tanto para aluguéis quanto para viagens próprias, entretanto, a emissão do seguro Carta Verde é mandatória para que os automóveis brasileiros entrem no Uruguai.