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Dez carros que foram depenados no Brasil

Eles são vendidos aqui e em outros países. Mas fora daqui têm muito mais a oferecer

Por Rodrigo Ribeiro
Atualizado em 4 jul 2017, 13h24 - Publicado em 30 jun 2017, 20h26
Montagem Volkswagen Up
O Volkswagen Up! nacional pode até ser mais potente que o europeu na versão TSI, mas o europeu pode parar sozinho (Montagem/Divulgação/Volkswagen)

Nacionalizar um carro é um processo complexo e exige estudos de viabilização técnica e financeira. As fábricas precisam adaptar seus produtos ao nosso combustível, às nossas vias super bem conservadas e até ao estilo tupiniquim de dirigir.

Na prática, frequentemente isso pode significar uma redução na lista de equipamentos e até mudanças estruturais. Listamos dez modelos que destoam de suas versões americanas e europeias quando o assunto é conteúdo.

Para Pedro, Pedro para
O Up! feito no Brasil é estruturalmente idêntico ao europeu, como comprovam suas cinco estrelas no teste de impacto. Mas a versão europeia, além de ser mais curta, tem diversos itens de série e opcionais extras.

Quer alguns exemplos? No outro lado do Atlântico o Up tem ar-condicionado digital e sistema de frenagem autônoma de emergência capaz de parar o carro em velocidades de até 30 km/h.

 

Honda Fit montagem
Quer o conforto do ar-condicionado automático e partida por botão no Honda Fit? Só se viajar para a Europa (Montagem/Divulgação/Honda)

Sem tirar do bolso
Alguns modelos da Honda nunca foram exatamente um exemplo de custo-benefício – costumam ter preço salgado. Em outras palavras, muito dinheiro por poucos equipamentos.

E essa impressão fica ainda pior quando a gente compara o modelo nacional com a lista de itens oferecidos no Fit europeu (chamado de Jazz). A relação inclui sensor de estacionamento, ar-condicionado automático e partida do motor por chave presencial.

Montagem Hyundai ix35
Visualmente o ix35 nacional (à esquerda) era igual ao importado, mas itens de conforto e segurança foram excluídos do modelo montado em Anápolis (GO) (Montagem/Divulgação/Hyundai)
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O mais completo… do mundo (mas só importado)
A segunda geração do Hyundai Tucson chegou ao Brasil em 2010 rebatizado como ix35 e repleto de equipamentos, como ESC, controle de descida e ar-condicionado digital.

Quando foi nacionalizado, porém, perdeu estes e outros itens. Eles só voltaram a equipar o modelo nacional quando foi reestilizado cinco anos depois.

Montagem Honda Civic
Se o Civic Touring já é caro, imagine se tivesse o controlador de velocidade adaptativo e assistente de manutenção de faixa da versão americana (Christian Castanho/Divulgação/Quatro Rodas)

Básico que não sai da linha
O Honda Civic é considerado um sedã de entrada nos Estados Unidos. E mesmo assim os clientes do hemisfério norte podem incluir no pacote até itens de condução autônoma.

Não está convencido? Tem também controlador de velocidade adaptativo e sistema de auxílio à manutenção da faixa de rolagem – em um carro de entrada(!).

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Dez carros que foram depenados no Brasil
O novo Classe C manteve tudo que a versão importada tinha, incluindo a ausência de controlador de velocidade adaptativo, indisponível (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)

Crise militar
E quando a síndrome de vira-lata afeta não só os nacionais, mas quase todos os importados de uma marca? Por usar a mesma faixa de frequência destinada ao exército, todos os Mercedes que vêm ao Brasil não dispõem de controlador de velocidade adaptativo.

O cenário começou a mudar com o novo Classe E, que usa outra frequência. Mas, por enquanto, nada de o Classe C e GLA nacionais receberem a atualização.

Montagem Volkswagen Golf Farol automatico
A suspensão e câmbio mais simples vieram no Golf nacional, mas o mexicano já havia perdido o farol capaz de desviar o facho dos outros carros (Montagem/Divulgação/Volkswagen)

Muito além do facho alto automático
O rebaixamento do Volkswagen Golf nacional vai muito além da suspensão traseira por eixo de torção e câmbio automático convencional.

Em relação ao modelo alemão, o hatch paranaense também abriu mão do freio de estacionamento elétrico e sistema de farol automático (capaz de projetar uma sombra em torno do carro à frente, para não ofuscá-lo), que foram aposentados em nome da redução de custos.

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March nacional x Micra europeu
Esse círculo sem função no March brasileiro é um sinal de depenamento. Retrovisores rebatíveis e controle de estabilidade também não vieram (Montagem sobre divulgação/Nissan)

Roda, roda e não desliga
O detalhe do Nissan March nacional é um lembrete permanente da partida por botão que nunca tivemos por aqui.

Mas o Micra (nome do hatch na Europa) tem itens quase inexistentes no segmento no Brasil, incluindo start-stop e ESC.

Montagem Renault airbag lateral
Só agora o Renault Duster ganhou ESC (e só em umas versões), mas os romenos já tinham isso e airbag lateral há anos (Montagem/Divulgação/Renault)

Proteção lateral para quê?
Nosso Renault Duster (e a família Sandero/Logan) finalmente passaram a oferecer controle de estabilidade no Brasil. Mas só nas versões com câmbio automático ou robotizado, apesar do importante item de segurança equipar todos os Dacia na Europa.

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E, neste quesito, os romenos dão um baile na gente, incluindo até airbag lateral. O equipamento, aliás, será oferecido no Kwid como item de série em todas as versões.

Montagem Corolla Camera
O Toyota Corolla pode usar uma câmera no topo do para-brisas para ler placas de trânsito e parar o carro em emergências – mas não no Brasil (Montagem/Divulgação/Toyota)

Olho que não vê
O Toyota Corolla brasileiro demorou três anos para oferecer o controle de estabilidade – item de série em outros países. Mas frenagem autônoma de emergência, farol com facho alto automático e leitor de placas de trânsito, que exigem uma câmera especial no para-brisas e equipam o modelo europeu, seguem de fora do sedã.

 

Montagem Ford Ka
Os brasileiros ajudaram a desenvolver o novo Ford Ka, mas só os europeus têm ar-condicionado digital, suspensão mais firme e seis airbags (Divulgação/Ford)

Seguro e completo
A Ford afirma que o novo Ka foi um projeto global liderado pelo Brasil – que, inclusive, teve a primazia de receber a terceira geração do compacto. Mas nem sempre quem pega primeiro se sai melhor.

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O Ka estreou na Europa com o sobrenome Plus (identificado pelo mesmo + usado no sedã nacional) com uma suspensão mais firme, ar-condicionado digital, bancos aquecidos e airbags laterais e de cortina.

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