Teste: WiFi do novo Chevrolet Cruze funciona bem, mas não te dá escolha
Sistema integrado ao veículo impõe uma limitação severa inexistente em outros modelos que dispõem do mesmo serviço
O carro ter WiFi a bordo soa como algo incomum, mas está longe de ser raro na indústria.
No Brasil a maioria dos modelos premium alemães já dispõe do recurso, e há quase oito anos a GM adotou uma tática sagaz (veja mais abaixo) para oferecer internet sem fio no Agile.
Para oferecer algo pioneiro, a Chevrolet novamente fez uso do jogo de palavras para destacar seu último lançamento, o novo Cruze, com opção de WiFi na cabine.
A marca alega que o médio é o primeiro carro do Brasil a oferecer internet nativo de fábrica. A diferença, na prática, é que o Cruze já virá com o cartão que permite conexão com a internet. Isso é verdade. Mas também é o maior entrave do carro.
Aproveitando o que já tem
Primeiro, um adendo importante. Na prática, todo Chevrolet no Brasil com sistema OnStar já tem acesso à telefonia celular. Isso é necessário para permitir o rastreamento do veículo (feito pela empresa Ituran) e conexão com o concièrge da marca.
O que a marca fez com o Cruze foi aumentar a integração do veículo com a telefonia celular. Isso incluiu um amplificador de sinal para aumentar a recepção da antena em até 12 vezes.
O chip que virá integrado à eletrônica da versão topo de linha Premier é da operadora Claro.
Nenhuma das empresas deu detalhes de valores, e revelaram apenas que os planos de dados a serem oferecidos vão de 2 a 50 GB, com preços partindo de R$ 29,90 por mês.
Além disso, todo carro terá a opção de degustação do serviço por até três meses ou ao chegar ao limite de 3 GB de dados, o que ocorrer primeiro.
E aí está o problema: de nada adianta você ter um plano de dados melhor com sua operadora, ou mesmo preferir uma empresa que ofereça um sinal mais intenso na região que você more.
“O chip é soldado na placa do sistema de áudio, e não pode ser removido”, explica Rosana Herbst, diretora de serviços conectados da GM.
Segundo a fabricante, isso ocorreu por conta de um acordo feito com a Claro e também para garantir a segurança eletrônica do veículo.
A limitação, porém, não existem em modelos como BMW e Porsche. Neles basta trocar o simcard, facilmente acessível em um compartimento do sistema multimídia.
Apesar disso, a internet 4G oferecida pelo veículo mostrou uma excelente velocidade durante os testes feitos em Indaiatuba (SP), em um local onde normalmente o sinal de internet móvel é fraco.
O roteador do Cruze permite a conexão de até sete dispositivos, permitindo aos ocupantes usarem tablets ou computadores sem desconectarem seus celulares, por exemplo.
Essa característica também abre caminho para que pessoas de fora do carro tenham acesso à internet, desde que estejam a até 15 metros do veículo e, claro, se houver sinal da Claro na região.
A solução para quem quiser internet a bordo sem depender dos serviços de uma só operadora é usar um modem portátil. Exatamente como o Agile WiFi fazia.
Pioneiro esquecido
A passagem do primeiro carro brasileiro com internet sem fio foi tão rápida que a própria fabricante esquece de sua existência. Também, pudera: somente 1.000 unidades do Agile WiFi foram feitas.
E o carro nem vinha pronto para acesso à internet. O modem, oferecido em parceria com a TIM, só chegava na residência do comprador dez dias após a compra.
O aparelho é idêntico aos equipamentos similares vendidos até hoje, e era alimentado pela energia do conector USB do rádio do Agile.
A vantagem é que o aparelho poderia ser levado para dentro de casa ou conectado em outro carro, além de possibilitar a troca do simcard.
O conceito era tão bom que até hoje é usado em vans executivas, que usam modems mais robustos para oferecer sinal a seus passageiros.