Os planos da Renault para ter uma picape média na América do Sul vão, enfim, sair do papel.
Em conferência com a imprensa, o presidente da Renault Argentina anunciou que a picape Alaskan terá sua produção inciada na fábrica de Santa Isabel no final de 2020.
O objetivo, de acordo com o executivo, é que a fábrica argentina alcance a produção de 40.000 picapes por ano. Entra na conta a Nissan Frontier, que é fabricada na unidade desde 2018 e empresta sua plataforma para a Renault Alaskan.
A fabrica de Santa Isabel também é responsável pela produção dos Renault Kangoo, Sandero e Logan para o mercado argentino.
Lançada em 2018 com produção no México e na Espanha, a Alaskan chegou a vir ao Salão do Automóvel de São Paulo de 2018. Mas não teve grande atenção da fabricante.
Agora, porém, a divisão brasileira da fabricante garante que a picape média nunca foi descartada.
Procurada, a Renault do Brasil disse que “a Alaskan é um produto importante para ampliar a nossa de gama de produtos e participará de um segmento extremamente competitivo. Estamos trabalhando para que o veículo chegue da melhor forma para o cliente final.”
Considerando o início da produção argentina no final deste ano, o lançamento da Alaskan no Brasil deverá ficar para os primeiros meses de 2021.
Éramos três
No planejamento original, a picape média da Renault entraria em produção em 2019, assim como a Mercedes Classe X, também projetada sobre o mesmo chassi.
Contando a produção de Frontier, Alaskan e Classe X, a unidade de Santa Isabel produziria 70.000 picapes por ano. Contudo, ainda nos primeiros meses do ano um imbróglio entre a Nissan e a Mercedes resultou no cancelamento prematuro da Mercedes Classe X.
A Mercedes teria exigido melhorias na linha de montagem e a a Nissan a revisou o valor cobrado por unidade montada a um patamar que a marca alemã não estava disposta a pagar. A picape foi descontinuada a nível global com menos de três anos de mercado.
A Classe X tinha todas as peças de estamparia e painel diferentes das irmãs e chegava a ter suspensão, motores, transmissões e sistema de tração diferentes nas versões mais caras.
A Renault Alaskan, porém, é irmã gêmea da Nissan Frontier.
Por fora, as diferenças entre as duas se limitam a faróis, grade e para-choque frontal, enquanto as lanternas traseiras têm o mesmo formato mas desenho diferente. Por dentro, só o volante muda.
O conjunto mecânico é rigorosamente igual. A Alaskan terá o mesmo motor 2.3 a diesel com opção turbo de 160 cv e biturbo de 190 cv, com opção de câmbio manual de seis marchas ou automático de sete, tração 4×2 ou 4×4 e sempre com cabine dupla.
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