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Red Pig: este foi o primeiro carro da história da AMG – ou quase isso

O Red Pig colocou a AMG no mapa das preparadoras e fez bonito nas pistas 60 anos atrás. No Brasil uma réplica foi criada para homenagear o emblemático carro

Por Fábio Black
Atualizado em 15 Maio 2022, 10h08 - Publicado em 15 Maio 2022, 10h07
AMG RED PIG Réplica
O sedã ganhou o apelido de Red Pig devido ao porte e ao estilo incomum de se ver nas pistas (AGO/Divulgação)
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AMG RED PIG Réplica
O sedã ganhou o apelido de Red Pig devido ao porte e ao estilo incomum de se ver nas pistas (AGO/Divulgação)

Quando dois engenheiros da Mercedes-Benz pediram demissão da fábrica e montaram sua pequena preparadora de motores, na Alemanha, em 1967 – se especializando em motores da fábrica em que trabalharam –, não imaginaram que algumas décadas depois fossem se tornar a marca de performance mais premiada do mundo, sobretudo na Fórmula 1.

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Mas, de fato, quem colocou a AMG, sigla formada pelo nome dos fundadores – Hans Werner Aufrecht e Erhard Melcher, e do vilarejo Großaspach –, no centro das atenções foram dois pilotos alemães, que encomendaram em 1971 um Mercedes 300 SEL, pesado e luxuoso sedã para correr nas 24 Horas de Spa-Francorchamps, na Bélgica.

Logo o sedã de quase 2 toneladas recebeu grande alívio de peso (sendo retirado inclusive os para-choques) e um motor preparado. O V8 6.3 litros de 198 cv original teve aumento de deslocamento, ficando com 6,8 litros e passou a gerar 428 cv.

AMG REDPIG Replica
Restauração levou aproximadamente 90 dias. O carro foi adesivado na cor vermelha, perdeu os para-choques e ganhou novas rodas e faróis auxiliares, de acordo com um estudo minucioso em fotos históricas do carro original (AGO/Divulgação)
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Para a parte noturna da prova, faróis foram presos com suportes, e a imponente grade do Mercedes se manteve. Quando o carro chegou ao autódromo, virou motivo de piada, já que o modelo original não tinha a menor vocação para as pistas. Mas o carro se comportou muito bem e andou forte durante a prova, chegou em segundo lugar e se tornou o grande destaque daquela corrida.

O AMG 300 SEL 6.8 durante as 24 Horas de Spa-Francorchamps, em 1971. Seria a primeira vitória da AMG em uma competição
O AMG 300 SEL 6.8 durante as 24 Horas de Spa-Francorchamps, em 1971. Seria a primeira vitória da AMG em uma competição (Divulgação/Mercedes-Benz)

A AMG começou fazendo kits de estética e performance para os carros. Depois, passou a participar do desenvolvimento de motores junto à fábrica até que, em 1999, a Mercedes comprou 51% da preparadora e criou a Mercedes-AMG.

AMG REDPIG Replica
O interior luxuoso se manteve original, ao contrário do AMG, que teve um severo regime, perdendo peso para melhorar a performance nas pistas (AGO/Divulgação)
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UM RED PIG NO BRASIL?  Isaac Nachbar, 59 anos, é a segunda geração da família a comercializar Mercedes-Benz. Proprietário da concessionária AGO do Rio de Janeiro (RJ), Isaac conta que seu pai, Hermann Nachbar, teve de ceder o registro da Mercedes-Benz no Brasil quando a sede resolveu entrar no país e fabricar automóveis e caminhões, em 1956.

AMG REDPIG Replica
(AGO/Divulgação)

Até então sua família importava carros da marca para diplomatas, e também recomprava e revendia esses modelos. Isaac, que desde criança conviveu com os Mercedes, foi conhecer de perto uma réplica do Red Pig somente em 2015, em uma convenção para concessionários na Alemanha e, na ocasião, teve a ideia de fazer uma réplica do modelo aqui no Brasil.

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Alguns anos depois, Isaac recebeu uma dica de um modelo 280 S à venda, o qual usava a mesma carroceria do modelo utilizado na criação do AMG, mas com o motor V8 3.5 com injeção eletrônica. Estava longe do V8 6.8 da AMG, mas o carro estava pronto para a recriação.

AMG REDPIG Replica
O luxuoso sedan ganhou uma roupagem de pista (AGO/Divulgação)

O estado do carro estava razoável e em cerca de 90 dias ficou pronto. Recebeu uma plotagem na cor vermelha e um estudo minucioso para os adesivos de patrocinadores utilizados no original.

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As rodas são importadas e do mesmo modelo e marca usados no Red Pig e tiveram que ser adaptadas para caber no 280 S. Os suportes e faróis auxiliares foram todos importados. Não há alterações estéticas e funcionais no interior, que se manteve original do Mercedes de rua, e o mesmo aconteceu com o motor.

O carro agora é exibido em encontros e nas concessionárias do grupo AGO. Claro, como um bom comerciante, Isaac também aceita ofertas no exemplar.

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