PRF já usa drones para multar motoristas em rodovias brasileiras
Caso o agente da Polícia Rodoviária Federal identifique a infração pelas imagens, pode autuar o condutor de forma remota, sem a necessidade de abordagem
Novos radares que multam a até 100 metros de distância já dificultam a vida de quem freia em cima do radar. Agora, a tecnologia também vai ampliar a fiscalização de outros tipos de infração como falar no celular dirigindo, não usar o cinto de segurança e ultrapassagens proibidas. A nova ferramenta? Drones!
A Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais postou em sua conta do Instagram um vídeo que mostra a fiscalização da Rodovia BR-262 realizada por meio de drone. Inclusive, é um dos vídeos da conta com maior visualização com cerca de 830.000 views.
Nas imagens é possível ver um automóvel e depois um caminhão realizando ultrapassagens proibidas (em faixa contínua) na BR-262. Ambos os veículos são parados posteriormente por agentes da PRF, que fazem a autuação.
O valor da multa por ultrapassar em faixa contínua é de R.467,35 com 7 pontos lançados na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), conforme o Art. 203 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro). Em caso de reincidência da multa em até 12 meses, a penalização é aplicada em dobro, chegando a R.934,70.
A primeira pergunta que deve vir à cabeça do leitor é se essa prática é permitida por lei e a resposta é: sim.
A resolução 909 do Contran autoriza a fiscalização e autuação por meio de videomonitoramento pelos agentes reguladores. A única ressalva é que a via deve estar devidamente sinalizada, ou seja, há a necessidade de placas que informem que há fiscalização via videomonitoramento, conforme a foto abaixo.
O coordenador geral de segurança viária da Polícia Rodoviária Federal, Jeferson Almeida, informa que a utilização de drones não é feita em larga escala no Brasil, mas a PRF tem alguns equipamentos à disposição.
“É importante ressaltar que a nossa prioridade é uma fiscalização por abordagem policial, mas há algumas condições que o uso de drones permite um monitoramento mais efetivo”, disse Almeida, em entrevista exclusiva à QUATRO RODAS.
Entre as condições adversas estão rodovias de pistas simples com muitas curvas, trechos em obras ou até com trechos sem acostamento, que impede a permanência da viatura da PRF no local.
“Além dos drones utilizamos as câmeras fixas de videomonitoramento das rodovias concedidas para a fiscalização das rodovias. A tecnologia virou uma aliada”, afirma Almeida, que indica que já existe uma câmera com IA (Inteligência Artificial) na Bahia, que reconhece e avisa quando o condutor está no celular ou mesmo sem cinto de segurança.
O coordenador da PRF também esclarece que houve um declínio no número de acidentes graves e fatais nas rodovias brasileiras de 2013 até 2018, porém as ocorrências tiveram um pequeno aumento de 2018 para 2024 e esse dado gera preocupação.
“A maioria dos acidentes graves ou fatais no Brasil é por imprudência humana e o foco de aumentar a fiscalização é com o objetivo de reduzir drasticamente esses números. Se todos os motoristas seguirem a lei teremos uma redução dos acidentes. O nosso objetivo dentro da PRF sempre foi esse”, conclui Almeida.