A Polestar tem uma história comum de preparador esportiva que, de tão boa, acabou comprada pela marca dos carros em que mexia – nesse caso, a Volvo, bem antes dos chineses chegarem. Com a transição para os elétricos, a Polestar acabou se tornando uma marca à parte e, hoje (19), anunciou sua chegada ao Brasil.
Foi numa parte pequena do comunicado de imprensa já econômico nos detalhes. No texto, a Polestar reforçou estar numa fase de expansão global; até o ano que vem, a fabricante terá carros à venda na França, Alemanha, Eslováquia, República Tcheca, Polônia, Tailândia e Brasil. A estreia ocorrerá em 2025, através de uma “parceria de distribuição global”. Não foram divulgados detalhes quanto ao parceiro, ou sobre os modelos da Polestar que serão vendidos no mercado nacional.
O será vendido aqui?
A Polestar não falou o que trará ao nosso país, mas também não é como se houvesse grande mistério. Como outras marcas de seu segmento, é plausível que ela opte por dois modelos, preferencialmente mais caros. Atualmente, há três modelos à disposição, sempre elétricos e com aspecto de um Volvo mais esportivo.
O mais caro é o Polestar 3, que também é, basicamente, o novo Volvo EX90, que já está confirmado em nosso país como o sucessor de nova geração do Volvo EX90.
Acontece que, onde são vendidos simultaneamente, os dois SUVs elétricos de sete lugares custam praticamente o mesmo e têm os mesmos números de performance: 517 cv, 92,8 kgfm, autonomia superior a 450 km e tração integral. Só há diferença no tempo de 0 a 100 km/h (3,7 s do Polestar e 4,3 s do Volvo) e na velocidade máxima (210 km/h a 180 km/h, respectivamente).
Dado que o EX90 tem preço estimado de R$ 700.000 e a Volvo quer dobrar suas vendas no Brasil, a sueca não pode se dar ao luxo de perder nenhum cliente para bater a meta (que será puxada, mesmo, pelo EX30). Logo, seria no mínimo arriscado que, além do EX90 estreando, também houvesse uma variante sua disponível.
Mas o risco parece inevitável, já que o Polestar 4, logo abaixo, custa mais ou menos igual ao XC40. O SUV cupê, entretanto, já utiliza a plataforma SEA, que aqui mostra seu salto tecnológico através do EX30. Uma das várias possibilidades, nesse caso, é que, na casa dos R$ 500.000, o Polestar 4 aproveite a eficiência da SEA para brigar com rivais um pouco mais caros.
O Polestar 2, por sua vez, é quem mais poderia causar confusão: ele é um legítimo crossover entre sedã e SUV, com tamanho equivalente ao de Honda Civic. A questão é que, ao longo da gama, ele poderia competir com o próprio Polestar 4, o Volvo XC40, o Volvo EX30 e o Zeekr X, que também se trata de membro da família; todas pertencentes (e cada vez mais unida) à gigante chinesa Geely.
Por fim, também há o Polestar 5, que ainda é inédito e será um sedã elétrico luxuoso, com aproximadamente 880 cv. Nem ele está livre da briga interna, pois será potencial rival da Zeekr 001, a perua superesportiva que também está chegando, com preço esperado para mais de R$ 700.000.
(Matéria em atualização. A Polestar não retornou o contato de QUATRO RODAS até o momento dessa edição)