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Os veículos aliados mais eficientes da Segunda Guerra Mundial

Entre erros e acertos, os americanos, britânicos e soviéticos levaram algum tempo para equilibrar a guerra de blindados com a Alemanha

Por Leo Nishihata Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
18 ago 2017, 19h59
Linha de montagem do tanque médio americano M3 Lee
Linha de montagem do tanque médio americano M3 Lee, no início da Guerra (reprodução/Internet)

A engenhosidade da Segunda Guerra Mundial não ficou restrita aos alemães. Em 1939, ingleses e franceses possuíam certos tipos de veículos tão bons quanto os teutônicos. Mas sua evolução foi mais lenta, e para piorar, seu uso foi prejudicado pelas táticas obsoletas frente à blitzkrieg.

Com o tempo, ingleses e principalmente americanos aprenderiam as duras lições da guerra, e criariam tanques, blindados e utilitários tão eficientes quando os inimigos.

Os soviéticos, por outro lado, desde o início assustaram o mundo com a qualidade de suas máquinas. Quando a produção em massa superou os recursos limitados dos nazistas, o destino do conflito tornou-se uma questão de tempo.

Willys MB “Jeep”

Willys MB
Um Willys MB dedicado a jornalistas de guerra (repare no “PRESS” na faixa dianteira) passa por manutenção no front (reprodução/Internet)

Fruto de uma pré-produção dividia entre três fabricantes (Bantam, Willys e Ford), o veículo 4×4 provou-se robusto, versátil e capaz de encarar qualquer terreno. Mais de 640 mil foram produzidos até 1945, número doze vezes maior que o do Kübelwagen alemão.

Outros veículos tracionados foram bastante empregados pelos aliados, como os Bedford britânicos e os Dodge e GMC americanos, mas nenhum deles vive até hoje em raids mundo afora. E ainda mantém um filho legítimo, o Jeep Wrangler.

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Universal Carrier

Um Bren Carrier avança por ruínas nos arredores de Roma
Um Bren Carrier avança por ruínas nos arredores de Roma (reprodução/Internet)

A ideia por trás desse simpático veículo era obter uma mula de carga simples e versátil sobre esteiras, com blindagem leve e cabine aberta, capaz de transportar uma equipe de soldados apoiados por uma metralhadora Bren – daí o nome mais comum utilizado, “Bren Carrier”.

Com cerca de quatro toneladas e um motor Ford V8, foi utilizado extensivamente por britânicos e outros aliados que depois o equiparam com morteiros, lança-chamas, canhões sem recuo e rifles anti-tanque. Além disso, podia rebocar canhões de artilharia no campo de batalha.

Mais de 100 mil foram produzidos, o que o transforma no veículo blindado fabricado em maior quantidade na história.

 

Somua S35

Tanques Somua S35 do Exército belga durante a batalha de Dunquerque
Tanques Somua S35 se preparam para a batalha de Dunquerque (reprodução/Internet)
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No limiar da Segunda Guerra na Europa, em 1940, a França possuía uma grande variedade de tanques. O melhor deles era o Somua S35, um veículo com boa blindagem, relativamente ágil, e com um canhão de 47 mm capaz de bater quase todos os Panzer.

Durante a invasão alemã, as qualidades do Somua acabariam prejudicadas pelas táticas obsoletas dos franceses, que preferiam espalhar seus tanques em grupos pequenos, para o apoio da infantaria. Frente aos ataques maciços das divisões blindadas, eles acabariam sobrepujados.

Outro importante tanque francês da época, o pesado Char B-1, era praticamente indestrutível, mas sofreu com as mesmas limitações.

 

Matilda II A12

Um tanque britânico Matilda II durante a campanha no deserto, em 1940
Um tanque britânico Matilda II durante a campanha no deserto, em 1940 (reprodução/Internet)

Com uma blindagem incomumente espessa para a época, o Matilda deu trabalho aos alemães na Europa em 1940, mesmo em quantidades ínfimas. Quando a Itália atacou as possessões britânicas na África, seu domínio no campo de batalha gerou o apelido de Rainha do Deserto.

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O equilíbrio só seria restaurado quando o Afrikakorps alemão entrou na luta, em auxílio a Mussolini. A partir daí, a maior fraqueza do Matilda e de todos os tanques britânicos da guerra – seu canhão de apenas 40 mm – ficou exposta. Mas seu nome já estava marcado na história.

 

Tratores “Stalinets”

Um trator soviético Stalinetz
Um rústico trator soviético Stalinetz durante o trabalho (reprodução/Internet)

A frente de batalha criada após a invasão da URSS pela Alemanha em 1941 ofereceu sem dúvida as piores condições climáticas e de estradas da guerra, principalmente durante o inverno.

Para encarar neve e lama, os soviéticos apelaram para uma série de tratores agrícolas sobre esteiras, lentos e primitivos, mas com mecânica à prova do frio, e capazes de rebocar peças de artilharia, tanques danificados, caminhões atolados e cargas por todo o front.

Os chamados “Stalinets” – designação popular que na verdade engloba uma grande variedade de modelos – desempenharam tão bem sua função que passaram a ser cobiçados pelos próprios alemães, ávidos por tratores capturados.

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DUKW

Um veículo anfíbio DUKW carregado com tropas desembarca no litoral francês
Um veículo anfíbio DUKW carregado com tropas desembarca no litoral francês (reprodução/Internet)

Quando os americanos finalmente entraram na guerra, no final de 1941, parecia claro que uma das missões que eles teriam de cumprir seriam os desembarques anfíbios tanto na Europa quanto no Pacífico.

Junto com equipes de engenharia naval, a General Motors adaptou um de seus chassis de caminhão para receber um corpo flutuante, com uma hélice na traseira. O DUKW (rapidamente apelidado de duck) tinha aparência desengonçada, mas provou ser capaz de navegar nas piores condições.

Em terra, também andava bem – foi o primeiro veículo a permitir que o motorista ajustasse a pressão dos pneus, coisa bem útil quando é preciso passar da areia fofa das praias para superfícies mais duras.

Além dos desembarques na Normandia e em várias ilhas ocupadas pelos japoneses, eles foram fundamentais na travessia dos rios e canais que cortam a Europa, como o Reno, a última barreira natural durante a invasão da Alemanha pelos aliados, já no final do conflito. Depois da guerra, uma variante bem parecida seria fabricada pela URSS.

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M4 Sherman

Tanques M4 Sherman americanos recém-chegados à Europa
Tanques M4 Sherman americanos recém-chegados à Europa (reprodução/Internet)

No início, os americanos estavam bem atrás de alemães, soviéticos e ingleses no desenvolvimento de blindados. O tanque americano mais importante da Guerra, o M4 Sherman, já nasceu com certos aspectos obsoletos, como a silhueta alta e bastante visível e um canhão de 75 mm de cano curto e capacidade de penetração relativamente baixa.

Outro problema sério era a facilidade com que pegava fogo quando atingido. Mesmo assim, provou-se um veículo bastante confiável, ágil, e estava disponível em grandes quantidades – exatamente o oposto do que ocorria com os alemães.

Versões com maior poder de fogo surgiram a partir de 1944, assim como variantes equipadas com canhões de assalto (hotwizers), lança-chamas, lança-pontes e caça-minas. No total, quase 50 mil unidades do Sherman foram produzidas até 1945.

 

Hobart’s Funnies

O Churchill Ark (embaixo) é o veículo que serve de plataforma para um tanque convencional Churchill superar um muro de contenção
O Churchill Ark (embaixo) é o veículo que serve de plataforma para um tanque convencional Churchill superar um muro de contenção (reprodução/Internet)

Traumatizados com as baixas pesadas no reide de Dieppe (uma invasão pontual e em pequena escala do porto de Dieppe, na França, em agosto de 1942), ingleses e canadenses decidiram criar uma série de blindados específicos para a missão de desembarque na Europa.

Chamados de Hobart’s Funnies por causa do Major General Hobart, responsável pelos desenvolvimentos, eles foram baseados tanto no tanque Sherman americano quanto no Churchill inglês.

Os DD eram tanques anfíbios, os Crocodile vinham equipados com lança-chamas, os AVRE disparavam projéteis de 18 kg contra fortificações inimigas, os Bobbin distribuíam uma pista de lona para permitir o deslocamento sobre a areia fofa, e os Crab traziam correntes rotativas para detonar minas à frente.

O mais curioso deles era o ARK: um tanque com a parte de cima substituída por rampas extensíveis. Em caso de barrancos ou valetas muito íngremes, os ARK se posicionavam de maneira a permitir que outros veículos passassem por cima dele.

 

T-34

T-34 em Stalingrado
Um tanque soviético T-34 durante a batalha por Stalingrado, em 1943 (reprodução/Internet)

O T-34 foi o tanque mais revolucionário e impactante da II Guerra. Quando os alemães se depararam com ele, no verão de 1941, nenhum de seus blindados era páreo para a sua combinação de alto poder de fogo, mobilidade e resistência.

Sua blindagem inclinada ajudou a introduzir o conceito de deflexão, e seus canhões de 76 e 85 mm o mantiveram na linha de frente soviética durante todo o conflito.

Mesmo com deficiências, como o espaço interno minúsculo e a transmissão frágil, o T-34 forçou os alemães a desenvolverem o Panther e o Tiger em regime de urgência. Ambos apresentariam inúmeros problemas ao serem colocados em combate de forma prematura.

Apesar de todo o seu poder de destruição, o T-34 era utilizado como tanque médio, tendo a companhia dos tanques pesados KV-1 e KV-2. Juntos, eles ajudaram a interromper a ofensiva alemã, e logo depois iniciariam a longa campanha soviética rumo a Berlim.

 

ISU-122 / 152

Canhões de assalto ISU-152 durante a batalha por Berlim, em 1945
Canhões de assalto ISU-152 durante a batalha por Berlim, em 1945 (reprodução/Internet)

Diante dos Panther e Tiger alemães, problemáticos mas muito poderosos, os soviéticos resolveram apelar para a força bruta. Os blindados das séries SU e ISU eram basicamente tanques com canhões de movimento transversal fixo, sem torre.

O ISU-122 alinhava um monstruoso canhão de 122 mm (para efeito de comparação, o canhão mais famoso e eficiente dos alemães foi o de 88 mm).

Não satisfeitos, ainda puseram em produção o ISU-152, disparando projéteis com 152 mm de diâmetro. Capazes de destruir qualquer coisa que os inimigos colocassem no caminho, mais de quatro mil unidades foram produzidas no final da guerra.

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