A Omoda/Jaecoo começa a vender seus carros no Brasil em agosto, mas a operação que comanda as duas marcas já tem no seu horizonte a necessidade de ter uma fábrica no Brasil para aumentar o volume de vendas nos próximos anos. O plano da empresa é figurar entre as cinco marcas com maior volume de vendas no Brasil até 2030.
O desejo da Chery, dona da Omoda/Jaecoo, é voltar a produzir na fábrica de Jacareí (SP). Desde que Chery e Caoa passaram a ter uma joint venture na operação brasileira, a Caoa passou a deter 51% do negócio. Essa negociação estaria perto de ser concluída.
De acordo com o gerente de operações da Omoda e Jaecoo para o Brasil, Alex Wang, a última conversa com a Caoa foi produtiva e as negociações para reativar a fábrica no Vale do Paraíba já estão avançadas, faltando apenas alguns pequenos detalhes para confirmar o negócio.
De acordo com o CEO da Chery Internacional, Zhang Guibing, a relação com a Caoa já foi difícil no passado, mas, hoje, voltaram a ter uma boa relação com a empresa brasileira.
Omoda e Jaecoo são submarcas criadas pela Chery exclusivas para o mercado internacional, ou seja, elas não existem em sua terra natal — mas seus carros sim e são vendidos como Chery. Porém, a gestão das marcas é completamente independente da empresa ‘mãe’.
A OJ diz ter alguns planos secundários para garantir sua fábrica no Brasil, mas a preferência é pela fábrica de Jacareí (SP). Esta foi a primeira fábrica da Chery fora da China, foi construída pela própria Chery e inaugurada em 2014 – três anos antes da joint venture com a Caoa.
Foram montados na fábrica de Jacareí Chery Celer e, depois, QQ, Tiggo 2 e os Arrizo 5 e 6. Mas a unidade está fechada desde maio de 2022, o que levou à interrupção da produção do Caoa Chery Tiggo 3X apenas 10 meses depois do seu lançamento no Brasil. A Caoa Chery chegou a sinalizar que faria uma modernização na fábrica para produzir elétricos até 2025, o que não se confirmou.
Mesmo com a negociação avançada, a Omoda Jaecoo não se limitará apenas a essa opção. De acordo com os executivos chineses, Jacareí é sim a prioridade, mas existem outras possibilidades (que não foram divulgadas) que servem como plano B.
Em seu posicionamento, a Caoa confirma a negociação, mas diz que ainda “não há nada definido”.
Como será a produção nacional da Omoda/Jaecoo?
Em um primeiro momento, a produção focará em híbridos e Flex. A Omoda Jaecoo não descarta a produção nacional de elétricos, mas isso deve ficar para o futuro.
O mais provável também é que ela inicie a produção no regime CKD, onde as peças chegam via importação e somente a montagem e pintura de alguns componentes é feita na fábrica nacional. Esse é o mesmo modelo de produção seguido anteriormente pela Chery e também pela própria Caoa em sua fábrica de Anápolis, onde são montados os carros nacionais da Chery.
Independente de onde for, a produção nacional da Omoda/Jaecoo será voltada para carros de volume. O Omoda 5, que será lançado em agosto com duas versões híbridas e uma elétrica (o E5), seria um deles. Mas há outros modelos estratégicos para serem lançados até 2026, como o Jaecoo 5, com o mesmo porte, e o Omoda 3, um SUV compacto.