Omoda e Jaecoo estreiam no Brasil em 2024 com três modelos e sem Caoa
As marcas mudam discurso e, agora, dizem que só terão modelos eletrificados no Brasil; a operação segue conjunta entre elas e independente da Caoa
As chinesas Omoda e Jaecoo reafirmaram que chegarão ao Brasil em 2024 independentes da Caoa. Um novo comunicado emitido nesta quarta-feira (22) diz que as marcas investem em uma equipe local própria, independente da representante da Chery. Além disso, a Omoda | Jaecoo, nome oficial da operação conjunta, garantiu que a volta do imposto de importação para veículos eletrificados não impactará sua estreia por aqui.
De acordo com as marcas pertencentes ao Grupo Chery, todos os seus modelos comercializados no mercado brasileiro terão algum tipo de eletrificação, variando entre híbridos-leve, híbridos plug-in e elétricos. Para 2024, três modelos já estão garantidos – dois Jaecoo e um Omoda.
Ainda não há um detalhamento sobre quais serão os primeiros representantes, mas é possível que o primeiro seja o Omoda C5 (ou apenas Omoda 5), que terá motorização híbrida-leve por aqui, com um motor 1.5 turbo e um sistema elétrico de 48V, sempre com câmbio CVT. É exatamente o mesmo conjunto disponível para o Tiggo 5X. Ele será um rival para Honda HR-V, Hyundai Creta e Jeep Renegade.
A versão elétrica, Omoda E5, deve chegar apenas em 2025 com motor dianteiro de 224 cv e bateria de 61 kWh, suficiente para uma autonomia projetada de 450 km no modo WLTP, segundo a Omoda. No caso deste, executivos das marcas apontaram que ele poderá custar entre R$ 200.000 e R$ 230.000.
Já um dos Jaecoo, que chegará depois do Omoda, será o J7 híbrido plug-in, versão ainda em desenvolvimento para o SUV que tem porte de Jeep Compass e Toyota Corolla Cross, enquanto o segundo poderá ser o SUV de sete lugares Jaecoo 8, irmão gêmeo do Chery Tiggo 9. Maiores detalhes técnicos ainda são desconhecidos.
Mais planos
Em meados do último mês de outubro, a Chery International promoveu um evento global em Wuhu, na China, onde QUATRO RODAS esteve presente. Na ocasião, entre diversas conversas com executivos, de Chery, Omoda | Jaecoo e Exeed, outros planos foram revelados.
Já no ano de estreia no Brasil, em 2024, Omoda e Jaecoo planejam ter 40 lojas abertas no país. As marcas dividirão showroom, com diferenciações de layout para cada ala, além de pós-vendas, como serviços mecânicos e financeiros. Alex Wang, diretor de Omoda | Jaecoo no Brasil, aponta que as marcas já têm grupos de concessionários interessados.
Além das lojas, porém, as marcas não escondem o desejo por uma fábrica em território brasileiro. A unidade poderá ser a de Jacareí, operada pela Caoa, mas que, pela sociedade, é metade da Chery e metade da Caoa. A relação estremecida com a Caoa, porém, coloca em dúvida o uso da fábrica. Caso não se chegue a um acordo, as novas chinesas dizem que construirão uma nova fábrica do zero, cuja produção poderá ter potencial para exportação a outros países.
Mudanças de rotas
Apesar de demonstrar alguns planos ambiciosos e, aparentemente, robustos, Omoda e Jaecoo ainda derrapam com algumas mudanças de última hora – e a necessidade de outras.
De acordo com as novas informações, serão três modelos lançados em 2024. Durante a primeira confirmação das marcas, em setembro deste ano, porém, Omoda e Jaecoo diziam que nove modelos estavam confirmados para o próximo ano – quatro Omoda e cinco Jaecoo. A variedade, vale dizer, incluía diferentes versões. Ou seja, não se tratava de nove modelos diferentes.
Além disso, as marcas diziam que teriam modelos puramente a combustão (Omoda C5 e Jaecoo J7), além de híbridos. O CEO global da Chery, Mr. Zhang, chegou a dizer que ter modelos a combustão seria um diferencial de Omoda e Jaecoo no Brasil frente às rivais chinesas, que comercializam apenas eletrificados por aqui. Agora, as marcas dizem que apenas eletrificados chegarão por aqui.
Também é preciso repensar em algumas nomenclaturas para o mercado brasileiro, a começar pelo Omoda C5, cujo nome pode gerar uma confusão com o antigo modelo médio vendido pela Citroën por aqui. Esse, porém, será o menor dos problemas para a Omoda. Executivos já disseram que o modelo poderá se chamar apenas “5”, como a marca já descreve em alguns locais.
O maior entrave ficará para a Jaecoo, cuja pronúncia é “djeicú”, com ênfase nas últimas duas palavras. O nome já gera comentários irônicos e piadas dos brasileiros, conforme QUATRO RODAS notou nas publicações da marca, principalmente em vídeos nas redes sociais. Questionados sobre uma possível mudança, os executivos mostraram preocupação e prometeram avaliar. O novo comunicado emitido nesta quarta-feira, porém, mantém o nome Jaecoo intacto e dá a entender que não haverá novidades sobre o tema.