O que há de diferente na nova correia dentada banhada do Chevrolet Onix?
Na linha 2026 do Onix a Chevrolet introduziu uma correia banhada a óleo com reforços para evitar entupimento de componentes caso o óleo errado seja usado

QUATRO RODAS dirigiu o Chevrolet Onix 2026 em primeira mão, na última semana, e a grande maioria dos comentários no vídeo publicado no nosso canal do Youtube não são sobre o carro, mas sobre a nova correia banhada a óleo. Aqui vão os detalhes da nova correia que promete pôr fim à má fama do sistema com o lançamento da linha 2026 do Onix.
A nova correia continua sendo de borracha sintética, mas a nova peça traz o reforço de mais fibra de vidro e mantém o revestimento de teflon.
De acordo com a engenharia da General Motors, essa mudança faz com que mesmo que seja usado um óleo lubrificante diferente do recomendado não exista o risco de entupimento dos dutos de óleo, da bomba de óleo ou no pescador do cárter – como acontecia com o modelo anterior.
Quando as partículas de borracha ressecada entopem os dutos de óleo, o lubrificante deixa de passar ou tem seu fluxo reduzido em locais críticos do motor, comprometendo as partes móveis. A luz de óleo do motor chega a acender, mas se for ignorada o motor acaba fundindo em poucos quilômetros. Em geral, a solução é a retífica.

Essas partículas também podem chegar na bomba de vácuo do freio (é arrefecida pelo óleo), fazendo com que superaqueça e queime: sem ela, o freio fica sem toda a assistência do servofreio.
“Como existe agora esse tecido em toda a extensão da correia, caso o lubrificante seja inadequado e ela esfarelar, as partículas de tecido não serão grossas o suficiente para causar qualquer entupimento, mas o uso do óleo lubrificante equivocado sempre terá consequências para o bom funcionamento do motor”, diz Keyvan Shabani, gerente de engenharia da General Motors.
Essa situação só acontece no caso do proprietário utilizar o óleo inadequado. Não basta acompanhar a viscosidade, mas também a norma SAE e eventuais padrões de aprovação do fabricante. Para os Chevrolet, o óleo usado tem que ter o selo de aprovação Dexos 1 Gen 2 ou superior.
Na prática, porém, nem sempre isso é observado na hora da troca de óleo. Pensando no custo final do serviço, o mecânico ou o próprio cliente se limitam a escolher o óleo do motor apenas pela viscosidade. Era o que se fazia com motores mais antigos, afinal, e não dava problemas.
Desde de novembro de 2024 a correia dentada passou a ter garantia de 240.000 km – mesma quilometragem prevista para a troca do componente, segundo manual dos veículos.
O novo período de garantia para a correia banhada a óleo é retroativo, vale para todos os Onix, Onix Plus, Tracker e Montana fabricados desde 2020, equipados com os motores 1.0 aspirado e turbo e 1.2 turbo. Além de independer da idade do veículo, é extensível no caso de venda do carro. Até então, o componente seguia a garantia do motor do veículo, que é de três anos (sem limite de quilometragem para pessoa física e 100.000 km para pessoa jurídica ou uso comercial).
Nossas experiências com correia banhada a óleo

Tivemos dois destes carros com correia banhada a óleo no testes de Longa Duração: um Ford Ka 1.0 2025, que rodou 60.000 km, e um Chevrolet Onix Plus 2019, que rodou 100.000 km em teste. Ambos seguiram à risca o plano de revisões das respectivas fabricantes e fizeram todos os serviços em concessionária dentro dos prazos corretos. Nos dois casos, os carros foram completamente desmontados e não tiveram qualquer problema relacionado às suas correias dentadas banhadas em óleo.