A terceira geração do Porsche Panamera acaba de chegar ao Brasil, após quase um ano da sua apresentação. Além do visual atualizado e dos motores mais potentes, tem o sistema Porsche Active Ride, uma funcionalidade que só pode ser aplicada nas versões híbridas, que são justamente aquelas que estão sendo lançadas agora.
O Panamera 4 E-Hybrid agora tem 470 cv e parte dos R$ 803.000 e o 4S E-Hybrid, com 544 cv, por R$ 922.000. Mas o sistema Porsche Active Ride é um opcional que custa R$ 57.494 extras. É o preço de um carro seminovo usado.
Sua missão é compensar todo buraco, desnível ou inclinação da carroceria em tempo real para uma condução mais confortável do que a que se tem em uma suspensão pneumática convencional (agora, de série em todos os Panamera). Isso porque seus amortecedores são capazes de reagir em tempo real às condições do piso e da carroceria.
Faz isso combinando uma mola pneumática de câmara única com amortecedores ajustáveis, cada um com sua própria bomba hidráulica de 400V que pode mudar seus parâmetros 13 vezes por segundo. As bolsas de ar apenas sustentam o carro (ou ele ficaria arriado como um Citroën velho quando desligado), enquanto os amortecedores assumem até mesmo a função das barras estabilizadoras.
Para ficar claro, não há nem mesmo uma barra estabilizadora para interligar as rodas de um mesmo eixo, o que dá liberdade total para que as rodas se movimentem sem que um lado interfira no outro. Então, enquanto o curso da suspensão conseguir lidar com um buraco ou relevo no piso, o passageiro não sentirá nada ou quase nada.
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Tudo é feito por meio de gerenciamento eletrônico, até mesmo o controle de inclinação da carroceria, programado para inclinar até 3° para frente em acelerações e 3° para trás em frenagens para compensar o movimento do carro.
Em curvas, o Porsche Panamera ainda pode reduzir a altura do lado interno da curva em 2,5 cm para aumentar sua aderência, como fazem as motos. Mas o Active Ride também auxilia ao elevar o carro em 5,5 cm para o acesso ou saída do carro instantaneamente, assim que a porta é aberta. Isso é, na verdade, uma vantagem frente aos SUVs.
Antes mesmo da apresentação do carro, Fernando Calmon, um dos jornalistas automotivos mais experientes e respeitados do Brasil, comentava comigo sobre a peculiaridade do público do Panamera.
Porque é muito maior que um 911 para ser considerado um esportivo, que seria a opção dos mais jovens, e é muito mais baixo que um Macan ou Cayenne, que permitem um acesso mais confortável a quem tem mais idade. Com essa suspensão, o Panamera elimina esse problema e pode ser visto como um sedã com amplo espaço traseiro e porta-malas mais acessível. Não em preço, claro.
O que muda no novo Porsche Panamera
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É uma nova geração, mas com mudanças mais discretas no visual. As tomadas de ar dianteiras estão mais quadradas e os faróis LED Matrix Design (também mais quadrados) agora são equipamento padrão em todos os modelos. Ainda tem uma entrada de ar adicional acima da placa dianteira.
As janelas laterais têm novo formato, mais sedã, e a traseira abandonou a moldura da janela aparente e tem novas lanternas com efeito tridimensional em dois níveis.
Por dentro, há um novo console central porque o seletor de marcha foi deslocado para uma posição entre o quadro de instrumentos de 12,6 polegadas e a central multimídia. Ainda tem um display de 10,9 “ para o passageiro (R$ 5.881) que inibe a visualização por parte do motorista e permite que ele veja dados de desempenho do veículo e altere configurações da tela central.
Independente da versão, o motor a combustão é um V6 2.9 biturbo. No Panamera 4 E-Hybrid gera 304 cv e é combinado ao novo motor elétrico de 190 cv integrado ao câmbio PDK, de dupla embreagem e 8 marchas. A potência combinada é de 470 cv e o torque é de 66,3 kgfm. Com isso, a versão 4 E-Hybrid acelera de zero a 100 km/h em 4,1 segundos e atinge velocidade máxima de 280 km/h.
Já Panamera 4S E-Hybrid eleva a potência do motor a combustão para 353 cv para obter a potência máxima de 544 cv e torque de 76,5 kgfm. Por isso é mais rápido: acelera de zero a 100 km/h em 3,7 segundos e atinge uma velocidade máxima de 290 km/h.
A evolução do motor elétrico (antes tinha só 136 cv) vem acompanhada de uma nova bateria com 25,6 kWh, 45% mais energia ocupando praticamente o mesmo espaço de antes. Permite rodar até 56 km em modo elétrico (PBEV) e recarrega em 2h39 a 11 kW. O carro acompanha o carregador Wallbox e a Porsche banca a instalação e até mesmo o estudo de carga no local escolhido pelo proprietário.