Novo Jeep Compass pode atrasar um ano, mas só na América do Norte
Após Stellantis suspender os planos de produção no Canadá, fontes afirmam que a montadora está em dúvida sobre lançar ou não uma versão elétrica do SUV

A nova geração do Jeep Compass está mais próxima de alguns países do que de outros. Se por um lado a produção na Europa está de pé e começará em 2026, na América do Norte, o planejamento sofreu uma reviravolta.
Inicialmente, a Stellantis havia planejado o início da produção piloto do novo Compass em 20 de janeiro, na fábrica de Brampton, no Canadá. Mas os planos foram adiados para maio, ainda no ano passado. A intenção era que a produção em larga escala começasse em fevereiro de 2026.
Porém, sem dar mais explicações, a porta-voz da Stellantis, Lou Ann Gosselin, confirmou ao site Carscoops que todas as atividades que envolvam o Jeep Compass no Canadá foram suspensas.
“À medida que navegamos no ambiente dinâmico de hoje, a Stellantis continua a reavaliar sua estratégia de produtos na América do Norte para garantir que está oferecendo aos clientes uma variedade de veículos com opções flexíveis de trem de força para melhor atender às suas necessidades”, disse a porta-voz “Como resultado, a empresa está pausando temporariamente o trabalho na próxima geração do Jeep Compass, incluindo atividades na fábrica de montagem de Brampton. Isso não muda nossos planos de investimento anunciados anteriormente para Brampton”.

A Stellantis ainda não deu novos detalhes sobre quando e como será a produção do novo Compass na América do Norte, mas assegurou que o SUV ainda será produzido este ano em Melfi, na Itália.
Uma fonte interna ouvida pelo site Auto News, afirma que a montadora está em dúvidas entre lançar ou não uma versão elétrica do carro no mercado norte americano. Ela continua dizendo que a decisão pode ocorrer apenas em março, atrasando a produção do SUV entre oito e doze meses.
Em maio de 2022, a Stellantis anunciou um investimento de 2,8 milhões de dólares no Canadá, como parte do plano “Dare Foward 2030” para acelerar a transição energética. Além da planta em Brampton, a fábrica de Windsor e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Automotivo também seriam beneficiados pelo aporte.
Um ano depois, em 2023, a fábrica de Brampton teve as atividades pausadas após o término da produção do Chrysler 300, Dodge Charger e Dodge Challenger, e segue assim desde então.

Toda a situação está gerando desconforto com o Unifor, o sindicato que representa os trabalhadores de Brampton. “A empresa garantiu ao sindicato que os planos de produção de veículos ainda estão em vigor para Brampton, embora o momento deste anúncio levanta preocupações muito sérias para os membros da Unifor, tanto na fábrica que faz o trabalho de reequipamento quanto para os que estão em layoff”, disse o sindicato em nota.
“O caos e a incerteza que assolam a indústria automobilística norte-americana, que está sob constante ameaça de tarifas e desmantelamento das regulamentações de veículos elétricos dos Estados Unidos, estão tendo impactos em tempo real sobre os trabalhadores e as decisões corporativas. Temos dito isso como sindicato desde o primeiro dia que as ameaças também são perigosas para nossa economia e para os empregos canadenses.”, concluiu o Unifor.