O CESVI Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária) anunciou nesta quinta-feira, 13 de agosto, a criação do Índice de Manutenção Veicular (IMV), um estudo para mostrar a seguradoras e consumidores o custo de manutenção mecânica dos principais veículos vendidos no país.
Para formular o estudo, o CESVI analisou os 45 modelos movidos a etanol, gasolina ou bicombustível mais emplacados no mercado brasileiro em 2014, segundo os dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Cada modelo foi avaliado com base nas informações fornecidas pelas fabricantes no manual de instruções, considerando os componentes de rodagem e segurança que precisam ser substituídos nas revisões programadas até os primeiros 100 mil quilômetros.
O instituto optou por dividir os conceitos de manutenção em preventiva (peças que necessitam ser trocadas obrigatoriamente seguindo recomendações das montadoras) e preditiva (peças que podem ser trocadas antes mesmo da recomendação do manual, de acordo com o desgaste apresentado por conta de uso severo ou mau uso). Veja abaixo os principais itens de manutenção apontados pelo CESVI:
MANUTENÇÃO PREVENTIVA:
Fluídos:
Óleo de motor
Óleo da direção hidráulica
Líquido de arrefecimento
Fluido de freio
Fluido da transmissão automática
Componentes
Filtro de óleo do motor
Filtro de ar do motor
Filtro de combustível
Filtro de ar-condicionado
MANUTENÇÃO PREDITIVA:
Kit de embreagem
Amortecedores
Velas de ignição
Correia dentada
Correia de acessórios
Cabos de vela
Discos, pastilhas e lona
Pneus
Palhetas do limpador de para-brisa
Uma vez selecionados os componentes do IMV, a formulação do índice de cada modelo se baseia nos custos de componentes (apontados nos manuais do proprietário nos planos de manutenção preditiva e preventiva), fluidos (seguindo a recomendação de troca por quilometragem rodada, e não por tempo de uso do veículo), valor de mão de obra (levando em consideração a soma das horas médias de serviços de revisão até 100 mil quilômetros) e quantidade de manutenções informada pelas montadoras. Feitas as análises, o índice é calculado somando os custos dos componentes de manutenção preventiva mais os custos dos componentes de manutenção preditiva, resultando em uma escala de 10 a 60, em que quanto menor o número, melhor será sua classificação no IMV.
Seguindo todos estes conceitos, veja abaixo quais modelos lideram o Índice de Manutenção Veicular formulado pelo CESVI:
E como este novo índice pode te ajudar a decidir seu próximo carro?
Assim como o índice de reparabilidade veicular (conhecido como CAR Group) criado pelo próprio CESVI e o Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro (que mede o consumo de combustível de vários modelos vendidos no Brasil), o novo Índice de Manutenção Veicular pode ser uma importante ferramenta para que os consumidores descubram quais serão os custos de manutenção em caso de colisão e a qualidade do serviço de pós-venda fornecidos pelas fabricantes.
No entanto, vale fazer algumas ressalvas antes de consultar o IMV. A principal delas é que a metodologia adotada pelo CESVI no cálculo deste índice leva em consideração o plano de manutenção indicado pelas montadoras nos manuais de proprietário de seus veículos. Sendo assim, precisamos lembrar que os itens tanto de manutenção preventiva quanto preditiva podem apresentar desgaste prematuro ou ter sua vida útil prolongada de acordo com o uso do veículo – ou seja, se o motorista dirige de forma cuidadosa, evidentemente o veículo precisará de menos cuidados.
Outra recomendação que parece até óbvia, mas se faz necessária é de fazer as manutenções periódicas seguindo os prazos informados pela montadora. E, por fim, nunca deixe de pesquisar os preços praticados entre concessionárias de uma mesma rede. Apesar de o CESVI afirmar ter consultado várias lojas antes de formular o IMV de cada um dos 45 modelos analisados, não é raro encontrar diferenças entre os valores sugeridos pela fabricante e os praticados pela rede autorizada.