Nissan Kicks será fabricado no Brasil
Marca investirá R$ 750 milhões para produzir SUV em Resende (RJ)
A Nissan produzirá o utilitário-esportivo Kicks no Brasil. A informação foi confirmada nesta segunda-feira, 4 de janeiro, pelo CEO da empresa, Carlos Ghosn. O projeto será global, mas o Brasil será o primeiro país a fabricá-lo. “Com essa decisão (de produzi-lo no país), trazemos a expertise da Nissan em crossovers para um novo mundo de consumidores”, afirmou Ghosn.
O Kicks aproveita a plataforma de March e Versa, algo fundamental para viabilizar sua produção no Brasil. Ela também é utilizada no Note, justificando a presença de “mulas” construídas a partir do monovolume rodando no Brasil. Como o SUV será mais longo e largo do que o Note, os engenheiros precisaram emendar a carroceria na dianteira e nos para-lamas. Outra característica em comum com os compactos da Nissan será a utilização do motor 1.6 16V flex de 111 cv.
O modelo será o primeiro SUV da atual linha de veículos da Nissan, que descartou (ao menos por enquanto) a importação de modelos como Juke e Qashqai. De acordo com o executivo, a produção do Kicks demandará um investimento de R$ 750 milhões na expansão da planta da Nissan em Resende (RJ), gerando 600 novos empregos. Seu índice de nacionalização inicial será de 74%, número alto se comparado aos 54% de nacionalização do March na época de seu lançamento. A data de lançamento do modelo já foi definida pela montadora, mas ainda não foi divulgada. A expectativa, porém, é que ele seja apresentado em agosto de 2016, aproveitando a realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro – já que a Nissan será patrocinadora oficial do evento. Uma versão conceitual do Kicks foi exibida durante a última edição do Salão do Automóvel de São Paulo, realizada em 2014.
A empresa, aliás, abastecerá todos os mercados da América Latina com a produção do Kicks. A tendência, inclusive, é que futuramente alguns modelos atualmente fabricados no México possam ser produzidos no Brasil, uma vez que as plantas responsáveis por abastecer a América do Norte já atingiram a capacidade máxima produtiva. Quanto ao Brasil, o prognóstico da empresa é pessimista para 2016. A Nissan espera que todos os mercados latino-americanos cresçam neste ano, com exceção do Brasil – a projeção da montadora é voltar a crescer no mercado brasileiro apenas em 2018
Leaf pode ser brasileiro, mas não agora
Sobre a possível produção do Leaf, Ghosn admitiu que o modelo pode ser feito aqui, mas não neste momento. O executivo disse que a decisão dependeria tanto da reação do mercado nos próximos anos quanto de outras variáveis, incluindo a concessão de outros incentivos (a Nissan afirma que apenas o abatimento no imposto de importação não é suficiente) e a construção de uma infra-estrutura adequada com pontos de recarga para veículos elétricos por todo o país. Por enquanto, porém, a única perspectiva é da aprovação de um projeto de lei 174/2014, que prevê a isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos movidos a eletricidade produzidos no Brasil, algo que ainda não aconteceu.
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