Motor 1.3 turbo do Renault Duster agora é nacional e está mais fraco
Motor 1.3 turbo agora gera 163 cv de acordo com a fabricante e é nacionalizado no momento em que está em desuso na Europa

A Horse anunciou o início da produção nacional do motor 1.3 TCe, o motor turboflex que, hoje, equipa apenas o Renault Duster. Este motor, que é chamado de HR13, começa a ser feito no Brasil já adequado às normas do Proconve L8, com potência e torque reduzidos.
De acordo com a Horse, o motor 1.3 turbo flex gera agora 163 cv e 25,5 kgfm a 1.600 rpm, o que é uma redução até mesmo em relação ao divulgado pela própria empresa anteriormente: 167 cv e 27,5 kgfm a 1.600 rpm. Nas aplicações usadas pela Renault eram 170 cv e 27,5 kgfm até a entrada em vigor do Proconve L8.

A adequação dos motores inclui uma série de sistemas, um novo mapa para o motor e também a adoção do sistema ORVR que evita emissões, entre outras exigências.
Procurada, a Renault informou que divulgará, em breve, como ficaram os valores de potência e torque dos seus carros após ficaram em conformidade com o Proconve L8. Isso sugere que houve uma redução de potência pelo menos para o Renault Duster, único modelo com motor 1.3 turbo em produção atualmente. A Oroch 1.3 turbo saiu de linha.
A produção nacional do motor 1.3 TCe é estratégica, porém. Ele será o principal motor do Projeto 1312 (o possível Renault Boreal), um SUV médio que estreia no segundo semestre para ser o maior e mais tecnológico automóvel da Renault já fabricado no Brasil, concorrendo com Jeep Compass e Toyota Corolla Cross. Você pode conferir mais detalhes aqui.
Nacionalizado enquanto demanda europeia reduz

Desenvolvido sob uma parceria entre a Renault e a Mercedes-Benz, o motor HR13 foi lançado na Europa em 2018 e chegou ao Brasil primeiro equipando carros da Mercedes, como os Classe A, CLA e GLB – justamente com 163 cv. Hoje, também está presente em alguns Dacia e Nissan. Mas as aplicações na Europa estão diminuindo.
O último Renault lançado na Europa com o motor 1.3 TCe foi o Austral, em 2022. Mas também pode ser encontrado por lá no Kangoo e no Captur, que já perdeu a versão de 160 cv. As próximas são as versões de 140 e 130 cavalos, que têm sistema híbrido leve de 12V.

Seu substituto é um motor três cilindros 1.2 turbo que já equipa o Dacia Bigster (a base do projeto 1312, por sinal) na Europa. Híbrido leve, esse motor promete menor consumo em suas versões com 130 e 140 cv, além de emissões pouco menores – cerca de 3 g/km, o que pode representar muito para as metas da Renault pensando em larga escala. Mas é uma troca a contragosto dos europeus, que gostam do 1.3 turbo.
Quem é a Horse?
A Horse Powertrain é uma joint venture entre a Renault e a Geely, que uniu as respectivas divisões de motores a combustão em uma única empresa que fornece motores para todas as marcas dos dois grupos: Nissan, Mitsubishi, Volvo, Lynk&Co, Dacia e Proton, além de outras fabricantes. A Horse também é a responsável pela fabricação do motor 1.0 TCe de 125 cv que equipa o Renault Kardian.
A fábrica da Horse no Brasil fica em Curitiba (PR) e recebeu um investimento de R$ 100 milhões em 2024 para viabilizar o novo motor. O início da produção do motor 1.3 turbo no Brasil evita a importação dos motores prontos da fábrica de Valladolid, na Espanha.