A empresa britânica White Motorcycle Concepts quer quebrar recordes com sua mais nova motocicleta, a WMC250EV. Trata-se de um protótipo elétrico que, com suas inovações aerodinâmicas, busca se tornar a mais rápida e mais eficiente moto já produzida.
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A chave do projeto está na tecnologia V-Air, já patenteada pela empresa no Reino Unido e que busca a licença para os EUA, Japão e Europa. Ela se baseia em um túnel, localizado logo abaixo do piloto, que diminui o peso frontal da motocicleta e permite a passagem do ar, criando o chamado efeito Venturi.
Segundo a WMC, essa estrutura deixa a moto com uma resistência ao ar 70% menor do que a “motocicleta mais aerodinâmica do mercado”. Nos testes realizados pela fabricante em simuladores e túneis de vento, o coeficiente de resistência chegou a 0,118. Para comparar, o Mercedes Classe A Sedan chegou em 2019 como o carro mais aerodinâmico da época, com coeficiente de 0,22.
Para melhorar ainda mais a aerodinâmica do protótipo, o próprio dono da empresa, Rob White, teve seu corpo milimetricamente escaneado em posição de corrida. Com isso, todo o design da carroceria foi desenhado para que acompanhasse perfeitamente os contornos do corpo humano.
Rob tem grande experiência no automobilismo. Com 25 anos de carreira atuando como engenheiro, ele já trabalhou na Fórmula 1, 24 horas de Le Mans e em provas de Enduro – um tipo de corrida de motocicleta que exige resistência, habilidade e regularidade dos pilotos.
O design especial da moto, faz com que o seu peso seja melhor distribuído, permitindo que a WMC implementasse um sistema de tração nas duas rodas. Ao todo, são quatro motores elétricos, dois dianteiros e dois traseiros, que somam 134 cv – longe de ser a maior potência em uma moto, diga-se.
O mais comum é que as motos tenham toda tração jogada na roda traseira. Fazendo que, por inércia, a roda dianteira seja jogada para cima. O novo design, que possibilita tração integral, torna possível utilizar um sistema de recuperação de energia semelhante ao usado nos carros elétricos, onde a energia cinética da aceleração é utilizada para frear o veículo assim que paramos de acelerar.
A potência pode parecer pouca, mas a intenção é fazer com que a WMC250E quebre recordes de velocidade. Rob quer superar a marca que pertence à Voxan Wattman, que atingiu 366 km/h na distância de uma milha (1,6 km). A moto pilotada pelo italiano Maxi Biaggi, nos mesmos testes, chegou a registrar velocidade máxima de 408 km/h, entretanto esse recorde não foi oficialmente registrado. A WMC pretende testar sua motocicleta no ano que vem, na Bolívia.
Embora não tenha divulgado números, Rob White garante que a junção de aerodinâmica e tração nas duas rodas, fará com que a WMC250E tenha maior autonomia do que qualquer outra motocicleta com motorização semelhante. A intenção do CEO é levar seu projeto de design para todo o tipo de moto comercial, ajudando em sua eficiência e, consequentemente, na diminuição de CO2.