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Mercedes-Benz W111

Com personalidade própria, os cupês e conversíveis eram o ápice de exclusividade da marca

Por Falipe Bitu | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 01h53 - Publicado em 9 Maio 2013, 19h09
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Nos anos 50 a Mercedes tinha duas linhagens de cupês e conversíveis de luxo: o prático Ponton e o enorme e caríssimo 300. Para baixar os custos, em 1961 ela enxugou sua linha e deixou-a mais exclusiva: os dois ficaram restritos ao 220SE. Originados da família W111, diferenciavam- se dos sedãs pela traseira redesenhada: as barbatanas foram removidas, restando só leves vestígios que determinaram o estilo de futuros modelos, como o esportivo 230 SL “Pagoda”.

Com estrutura monobloco, a segurança era reforçada pelo habitáculo com célula de sobrevivência e zonas de deformação na dianteira e traseira. A carroceria era isolada de ruídos e vibrações pelo subchassi sobre coxins de borracha. Os freios dianteiros eram a A traseira ganhou desenho próprio para se diferenciar da versão sedã disco, importante inovação. Com quatro vezes mais detalhes feitos à mão, os duas-portas da família custavam quase duas vezes mais que o sedã e não tinham as versões de acabamento 220S e 220, mais simples.

Os carburadores davam lugar à injeção mecânica Bosch com dois bicos, que alimentavam o 2.2 de seis cilindros. Com 120 cv, o cupê ia de 0 a 100 km/h em 12,8 segundos e atingia 172 km/h. Manual ou automático, o câmbio tinha quatro marchas. De opcional, teto solar, direção hidráulica e bancos traseiros individuais. Mais luxo e requinte só viriam no 300SE, em 1962: abundância de cromados, suspensão pneumática e o nome próprio W112. O motor 3.0 de alumínio rendia 160 cv e estava acoplado à transmissão manual de cinco marchas, alcançando 185 km/h.

Famosos pelo status, qualidade de construção e comportamento acima da média, mais de 11 500 foram vendidos nos três primeiros anos. Em 1964, o 300SE recebeu injeção de combustível de seis bicos (e 10 cv a mais) que o levava a 190 km/h. E em 1965 surgia o 250SE, com um 2.5 de 150 cv. Freios redimensionados (a disco nas quatro rodas) exigiram rodas maiores, de aro 14.

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Capaz de chegar também a 190 km/h, o 250SE parecia ser melhor negócio que o caro 300SE, mas o alto consumo de óleo e o ruído nas válvulas o fizeram ser substituído pelo 280S, com seu 2.8 de 160 cv. Com um 0 a 100 km/h de apenas 10,5 segundos, ele superou o topo de linha 300SE, tornando-se a única versão a partir de 1968 – é dessa linhagem o conversível 1969 das fotos, que pertence a um colecionador de São Paulo. Mas nessa época as coisas não andavam fáceis: a BMW emergia das cinzas com o cupê 2800CS, primeiro carro da marca a fazer frente a um Mercedes. Oferecia melhor desempenho, estilo futurista e a mesma qualidade germânica por uma fração do preço do 280SE. No fim da vida, o 280SE recebeu um V8 3.5 com injeção eletrônica e 200 cv.

Em dez anos, cerca de 36 000 carros foram produzidos, sendo 20% deles conversíveis. Apesar dos exagerados 1 630 kg, o 280SE 3.5 foi o rei das Autobahnen por um bom tempo: o 0 a 100 km/h em menos de 10 segundos e seus 210 km/h de máxima mostravam que a estrela de três pontas ainda reinava solitária nos caminhos da exclusividade.

MOTOR DE PESO

Apesar de feito de alumínio, o motor do 300SE pesava 265 kg, mais que a maioria dos V8 americanos. Mais impressionante era o V8 que equipou poucas unidades destinadas a executivos da Mercedes: 550 kg.

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