Usuários do sistema de condução autônoma da Mercedes-Benz não serão mais responsabilizados caso se envolvam em algum acidente. A partir de agora, a culpa será da fabricante.
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O risco assumido pela própria Mercedes é inédito no mercado. Em casos anteriores, o motorista era quem arcava com as consequências, como no acidente envolvendo um Tesla Model S, que ocorreu em janeiro, na Califórnia. Um americano foi acusado de homicídio culposo após ultrapassar um sinal vermelho com o Auto Pilot acionado e colidir com outro veículo, fazendo duas vítimas.
Com isso, a Mercedes tenta conseguir maior confiança e credibilidade com os usuários e legisladores, passando à frente da concorrência. Segundo a empresa, seus planos são de expandir a área de atuação do seu Drive Pilot, o primeiro a conseguir nível três de condução autônoma, para outros países e para os principais estados dos EUA, como Nevada e Califórnia.
Graças ao seu jogo de sensores, radares, câmeras e microfones, o sistema autônomo da Mercedes permite que o motorista retire completamente as duas mãos do volante. Ou seja, legalmente – pelo menos na Alemanha – ele está liberado para fazer outras atividades com o carro em movimento, como mexer no celular ou assistir filmes. Caso o motorista precise retomar o controle, o sistema emite um alerta que dura 10 segundos.
Mesmo com tanta segurança em sua tecnologia, a ponto de assumir a culpa pelos acidentes causados, a Mercedes não deixa a cautela de lado.
Na Alemanha, onde o Drive Pilot já está atuando, ele só pode ser acionado em velocidades inferiores a 60 km/h e em rodovias divididas, de acesso limitado e sem semáforos ou rotatórias, e longe de zonas de construção. O sistema também não funciona durante a noite e em dias de tempo ruim, estando limitado às estradas mapeadas pela Mercedes.
Nos EUA, o sistema já roda em fase de testes em alguns estados, como a Califórnia. Devido a sua baixa faixa de velocidade, o Drive Pilot se torna ideal em percursos com muito engarrafamento.
Porém, de acordo com as leis californianas, mesmo com um sistema autônomo de nível 3, ainda é proibido utilizar o telefone enquanto o carro está em movimento. Cabe ao piloto se contentar com os recursos nativos da multimídia da Mercedes, que conta com aplicativos como YouTube e jogos, como Tetris.