Toyota é a marca automotiva mais valiosa do mundo; Tesla despenca 35% e BYD estreia

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O novo ranking da Interbrand confirma algo que o mercado automotivo já vinha sinalizando: a indústria passa por um período de redefinição de forças. Enquanto algumas marcas tradicionais perdem fôlego no processo de eletrificação e novas concorrentes tentam conquistar espaço, a Toyota mantém sua liderança global.

Com valor estimado em 74,2 bilhões de dólares (R$ 399 bilhões), a Toyota registra um crescimento de 2% em relação ao ano anterior e se consolida como a sexta marca de maior valor de mercado do mundo entre empresas de todos os setores.

Na segunda posição do ranking automotivo, a Mercedes-Benz aparece com 50,1 bilhões de dólares (R$ 269 bilhões), mas perdeu 15% de valor em comparação com 2024. A alemã ainda ocupa o décimo lugar geral, o que confirma sua força global no segmento de luxo, embora os altos custos da transição elétrica e o ritmo mais lento de adoção tecnológica tenham afetado sua valorização.

Logo atrás, a BMW enfrenta um cenário semelhante: queda de 10%, com valor estimado em 46,8 bilhões de dólares (R$ 251 bilhões), o que a coloca na terceira posição entre as montadoras e na 14ª no ranking global. O grande contraste vem da Tesla, que teve uma das maiores quedas do levantamento. A marca norte-americana perdeu 35% de seu valor, caindo para 29,5 bilhões de dólares (R$ 157 bilhões). Mesmo assim, segue como a quarta marca automotiva mais valiosa e a 25ª entre todas as empresas.

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O recuo reflete uma desaceleração no entusiasmo do mercado em relação à empresa de Elon Musk, pressionada por rivais cada vez mais competitivos no campo dos veículos elétricos e por questionamentos sobre sua capacidade de manter o ritmo de inovação.

A Honda aparece na quinta colocação entre as montadoras, com 24,8 bilhões de dólares (-7%), cerca de R$ 133 bilhões, seguida de perto pela Hyundai, que subiu 7% e chegou a 24,6 bilhões de dólares (R$ 132 bilhões). O avanço da sul-coreana é um dos poucos sinais positivos entre as grandes marcas, impulsionado pela expansão global da linha de elétricos Ioniq e pela melhora da percepção de qualidade.

No segmento de luxo e esportividade, a Ferrari é um caso à parte. A italiana teve um salto de 17%, alcançando 15,4 bilhões de dólares (R$ 82 bilhões) e o oitavo lugar entre as marcas automotivas mais valiosas. Sua estratégia de exclusividade, combinada a um portfólio que equilibra tradição e tecnologia, reforça o prestígio da marca mesmo em um mercado dominado pela transição elétrica.

As demais posições do top 10 automotivo são ocupadas por Audi, Volkswagen e Porsche, todas com quedas em torno de 10%. O movimento confirma a tendência de retração entre os grandes grupos europeus, pressionados por altos investimentos em eletrificação e pela desaceleração das vendas globais.

A novidade deste ano vem da BYD, que aparece pela primeira vez na lista global, na 90ª posição geral. O feito consolida a montadora chinesa como uma das protagonistas da nova fase da indústria. A presença inédita da marca, que ultrapassou a Tesla em volume de vendas de elétricos em alguns mercados, mostra o peso crescente da China na construção de valor e imagem no setor automotivo.

A Nissan e a Kia aparecem no final da lista, com quedas de 33% e alta de 5%, respectivamente. As marcas tradicionais enfrentam o custo da reinvenção, e as novatas, o desafio da consolidação. Nesse cenário, a Toyota continua a ser o ponto de estabilidade: uma marca que atravessa transformações sem perder o valor que construiu ao longo de décadas.

Confira as 10 marcas automotivas mais valiosas do mundo: