Se depender do que foi mostrado simultaneamente na China e nos Estados Unidos, o próximo Toyota Corolla brasileiro tem potencial para ser um dos modelos mais inovadores do segmento.
A 12ª geração do sedã médio foi revelada na madrugada desta sexta (16) em diferentes versões de acabamento, motorizações e até propostas. Em comum entre elas está a nova plataforma modular TNGA, que permitiu à Toyota alterar as medidas do modelo visando algo pouco comum para o Corolla: esportividade.
Apesar dos 2,70 m de entre-eixos terem sido mantidos, a nova geração tem 10 mm a mais no comprimento, 5 mm extras na largura e ficou 45 mm mais baixa. O capô foi rebaixado para melhorar a visibilidade, enquanto os bancos dianteiros estão mais próximos do assoalho. O balanço dianteiro também foi encurtado.
Outra boa surpresa para os entusiastas é a adoção da suspensão traseira independente, mais eficiente que o eixo de torção usado pelo modelo atual. O pacote esportivo é completado por um inédito 2.0 aspirado de 171 cv e sistema de injeção direta e indireta, como no Audi TT.
Quer mais? A Toyota fez questão de destacar que irá oferecer um câmbio manual nos EUA (mercado pouco adepto desse tipo de conjunto) com seis marchas e sistema de “punta-tacco” automático, como o que já existe no Porsche 911 e Chevrolet Corvette.
Esse recurso acelera automaticamente o motor nas reduções de marcha, dando mais agilidade e criando o mesmo efeito usado pelos pilotos ao acelerarem o carro enquanto reduzem as marchas.
A nova caixa faz par com o câmbio CVT atualizado. O sistema agora conta com uma primeira marcha convencional, para eliminar a sensação de “patinamento” típica desse tipo de câmbio.
Além do novo trem de força, a Toyota confirmou que o Corolla irá oferecer versões híbridas em diferentes mercados. E o Brasil terá uma exclusiva versão flex com dois motores, aproveitando a tecnologia que está sendo desenvolvida com o Prius.
A dianteira irá mudar de acordo com o mercado e a versão. A variante esportiva XSE tem para-choques com vincos mais destacados, faróis similares ao do hatch, uma grande grade do radiador inferior e o logotipo da Toyota posicionado na parte superior da peça.
Uma das versões híbrida apresentada na China mantém o formato dos faróis, mas tem um para-choque menos ousado, com o logotipo da marca posicionado na parte superior da grade. E, por fim, outra opção de dois motores conta com faróis exclusivos e uma grade superior fechada.
O interior aparenta se repetir em quase todos os mercados, onde se destaca a tela da central multimídia que parece flutuar sobre o console. Nos EUA ela terá 4,2 polegadas nas versões básicas e 7″ nas de topo de linha. Estará disponível integração para smartphones Android e Apple, além da opção de um sistema de som premium da JBL com nove alto-falantes e 800W de potência.
O quadro de instrumentos repete a solução do Honda Civic e mistura mostradores analógicos de temperatura do motor, nível do combustível e conta-giros com uma grande tela de LCD central que pode ser customizada.
Entre os itens de conforto que poderão ser ofertados há chave presencial, farol com facho alto automático, ar-condicionado digital de uma ou duas zonas, carregador de celular por indução e teto-solar elétrico.
Mas o grande destaque fica com o pacote de recursos semi-autônomos. O novo Corolla pode receber alerta e sistema de manutenção de faixa, aviso de veículo no ponto cego e controlador de velocidade adaptativo com frenagem automática de emergência e detecção de pedestres e ciclistas.
Como a Volkswagen faz com o Golf, o freio de estacionamento pode ser por alavanca ou eletrônico – nesta segunda opção ele conta com modo Auto-Hold.
E no Brasil?
Ainda há poucos detalhes de como será montado o catálogo do novo Corolla no Brasil. A presença de algumas unidades da versão hatch em testes por aqui indicam que a marca deverá oferecer no país o novo motor 2.0, que exige um longo processo de homologação — e que pode ser antecipado com a versão dois-volumes do carro.
A oferta de uma versão híbrida também é certa. Ela manterá o trem de força do Toyota Prius, cuja potência combinada é de 123 cv. Esse valor pode subir com as adaptações para queimar etanol.
A notícia triste é que a chance do empolgante câmbio de seis marchas ser oferecido são raríssimas. Atualmente só a Honda oferece essa opção, e apenas na versão mais barata do Civic. No entanto, é garantido que nosso Corolla manterá o novo câmbio CVT do modelo global.
Outros itens que devem vir pra cá são os faróis totalmente em LEDs e o controlador de velocidade adaptativo, possivelmente restritos à versão topo de linha.
O freio de estacionamento eletrônico e a suspensão traseira multibraço, porém, podem ser preteridos pelas soluções atuais, mais baratas.