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Lotus pode vender ferramental do Elise para manter esportivo em produção

Sem espaço para a produção manual exigida pelo roadster, Lotus quer repassar direitos do carro a quem possa fabricá-lo — com a mesma qualidade

Por Eduardo Passos
7 Maio 2021, 17h59
Fábrica da Lotus em Hethel
Como não é possível automatizar a produção do Elise, Lotus abriu mão do orgulho para manter seu filho pródigo vivo por mais tempo (Divulgação/Lotus)

Quando, em janeiro, a Lotus anunciou a aposentadoria do Elise, não foram poucos os lamentos de fãs do clássico roadster. Literal ao estilo inglês, a fabricante, entretanto, nunca disse que outros interessados não poderiam produzi-lo.

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A empresa de Colin Chapman quer, pelo contrário, manter o Elise vivo, e segundo o diretor da Lotus, Matt Windle, em entrevista ao Automotive News Europe, a montadora já procura interessados no projeto.

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A ideia não é inédita, e consiste em repassar todo o maquinário e equipamentos da fábrica de Hethel, Inglaterra, a quem tenha condições de adquiri-los e construir o pequeno esportivo, abandonado pela marca ao fim de 2021, junto aos irmãos Exige e Evora.

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Técnicas inovadoras de redução de peso são ponto alto do carro (Lotus/Divulgação)

 

Dada a importância do Elise, a marca até cogitou mantê-lo em produção ou guardar sua linha de montagem para um eventual remake, mas a chegada dos novos Evija e Emira tornou o plano inviável. “Pensamos nisso por muito tempo. Mas a verdade é que todas as instalações de montagem em Hethel estão sendo automatizadas. Simplesmente não temos espaço para produzir o Elise”, explicou o executivo.

A atitude da Lotus é coerente com a transparência que sempre tratou o premiado modelo, até mesmo licenciando-o a marcas como a Tesla. Primeiro carro da americana, o Roadster foi fabricado sobre carrocerias sem motor (gliders) do Elise, que saíam da Inglaterra para receber, nos EUA, o powertrain elétrico. Foi de Hethel, inclusive, que saíram quase todas as peças do conversível de Elon Musk que hoje vaga pelos confins do Sistema Solar.

Nenhum interessado se pronunciou oficialmente, mas uma das apostas para manter vivo o Elise é a britânica Caterham, que já fez o mesmo tipo de negócio com a Lotus em 1973. Na ocasião, a marca aposentara o clássico Seven após 15 anos e repassou seus direitos e técnicas à parceira. Desde então, o modelo desenhado por ninguém menos que Colin Chapman segue à venda e recebendo contínuas atualizações.

Lotus 7 1968
Modelo 7 foi aposentado pela Lotus em 1973, mas até hoje é produzido pela Caterham (Lotus/Divulgação)
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Outra candidata é a encarroçadora Radford, que ganhou notoriedade por seus Minis customizados na década de 1960. A marca foi ressuscitada por parceiros que incluem o ex-piloto Jenson Button e, junto à Lotus, produzirá um novo esportivo, inspirado em modelos cinquentenários.

Clássico atemporal

Lotus Elise S1
Lotus Elise em sua versão S1, lançada em 1996 (Divulgação/Lotus)

Ainda que estranhemos chamar de “clássico” um modelo lançado na década de 1990, faz 25 anos que o Elise foi apresentado no Salão de Frankfurt. A união de motor central, tração traseira e técnicas inovadoras no uso de alumínio e compósitos na carroceira foi a receita para sucesso instantâneo, exigindo produção triplicada para atender a demanda inicial.

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Lotus final edition
Não tem desculpa: Lotus cederá “receita” e equipamentos para manter o Elise vivo. Topa? (Lotus/Divulgação)

Desde então, foram duas reestilizações, dezenas de variantes especiais e evoluções mecânica que levaram o roadster, em sua versão de despedida, aos 248 cv de potência e 24,9 kgfm de torque, movido pelo 1.8 Toyota com compressor mecânico. São 248 km/h de máxima e 0 a 100 km/h em apenas 4,3 segundos.

Batizada de Cup 250 Final Edition, a série limitada é a “mais equipada de todas” e ainda oferece pacote aerodinâmico melhorado e tecnologia de redução de peso, com baterias de íon-lítio mais leves e uso de policarbonato nas janelas traseiras a fim de mantê-lo na casa dos 931 kg.  Com tanto luxo e tecnologia, não será tarefa fácil manter o nível.

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(Arte/Quatro Rodas)

 

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