O carro é argentino, mas a lição fica para toda a América do Sul. A Latin NCAP, em conjunto da Global NCAP, realizaram mais um teste de colisão com veículos vendidos na América do Sul. Desta vez, porém, colidiram o velho Peugeot Partner Patagónica (que era vendido no Brasil como Escapade) fabricado na Argentina contra seu equivalente europeu de nova geração, um Peugeot Rifter, comprado no Chile.
Ambos carros são vendidos como novos e cumprem as regulamentações básicas de seus respectivos mercados. Só que o Partner Patagónica representa a primeira geração do Partner, lançado na Europa em 1997 e produzido na Argentina há 25 anos sem grandes mudanças – e sem diversos recursos básicos de segurança. O carro está equipado com apenas dois airbags frontais e Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) de série.
Em contrapartida, o Peugeot Rifter, que é fabricado na Europa, é o sucessor do Partner e oferece uma estrutura mais moderna e mais recursos de segurança, tendo como destaque seis airbags, além do ESC de série.
Como era de se esperar, na colisão padronizada entre os dois carros a idade do projeto falou mais alto e o carro mais moderno se saiu melhor. A proteção oferecida pelo Rifter se mostrou boa na cabeça e no pescoço e adequada ao tórax, mostrando uma estrutura estável. Já o Partner Patagónica apresentou proteção fraca no peito, pescoço e a cabeça do motorista, apresentando uma estrutura bem instável. O modelo argentino se juntou a outros modelos comercializados por aqui e tirou nota 0.
Quanto à proteção dos passageiros crianças, o Sistemas de Retenção Infantil (SRI) do Partner se mostrou ineficaz, sendo fraca a proteção tanto para o manequim de 1,5 anos, quanto para o manequim de 3 anos. O Rifter novamente se sobressaiu, apresentando proteção total para o manequim de 1,5 anos e limitada a boa proteção para o manequim de 3 anos.
“Esperamos que este teste seja um alerta para consumidores, reguladores e fabricantes de automóveis. Todos os consumidores, independentemente de onde vivam ou de quanto paguem, têm direito a receber o mesmo padrão de segurança nos automóveis. Esta lacuna de segurança não deveria mais existir. Apelamos à Stellantis e a outros fabricantes para que parem com estratégias de duplo padrão no mundo”, disse Alejandro Furas, Secretário Geral do Latin NCAP.
A seguir, o vídeo com explicações do teste realizado: