Justiça declara falência do Grupo Itapemirim por dívida de R$ 2,8 bi
Juiz também determina o arresto das contas bancárias do ex-presidente do grupo, Sidinei Pita e bens da empresa devem passar para Suzantur
O Grupo Itapemirim teve sua falência decretada na última quarta-feira (21) pela 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo. O grupo conhecido principalmente pela Viação Itapemirim, uma das mais importantes do transporte rodoviário, estava em recuperação judicial desde 2016 e acumulava polêmicas e processos nos últimos anos.
O mais recente aconteceu em 2021, no auge da pandemia, quando o grupo decidiu montar a empresa de transportes aéreos, ITA, que funcionou durante cinco meses. Em dezembro do mesmo ano, a empresa encerrou as operações deixando muitos clientes sem voo e sem reembolso.
Durante seu curto período de vida, a ITA também acumulou diversas reclamações e processos por não pagar seus funcionários.
A Itapemirim foi fundada em 1953, pelo ex-combatente da Segunda Guerra e ex-deputado estadual, Camilo Cola, que faleceu em 2021 aos 97 anos. Em 2017 o grupo foi vendido para Sidnei Piva, que teria garantido que tinha R$ 5 bilhões em créditos tributários para pagar as dívidas da empresa, o que nunca aconteceu.
Piva foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica entre janeiro e agosto deste ano e ainda está com seu passaporte apreendido pela justiça. Agora, a justiça determinou o arresto de suas contas bancárias, assim como a indisponibilidade dos bens de uma de suas empresas, a Piva Consulting Ltda..
A decisão também determina a venda de todos os bens do grupo em no máximo 180 dias. O mais provável é que a Suzantur arrede linhas, guichês, marcas e parte dos imóveis operacionais da Itapemirim pelos próximos 12 meses, com a possibilidade de renovação pelo mesmo período.
De acordo com o juiz do caso, João de Oliveira Rodrigues, o arrendamento por parte da Suzantur ainda manteria parte das operações da Itapemirim funcionando, como as linhas interestaduais e intermunicipais.