Motor turbo, câmbio de dupla embreagem, câmera 360 graus com visão 3D, quadro de instrumentos digital, ar-condicionado automático de duas zonas, alerta de pontos cegos e freio de estacionamento elétrico.
O JAC T80 tem até mais equipamentos do que se espera de um SUV de sete lugares concorrente de Peugeot 5008, Volkswagen Tiguan e Mitsubishi Outlander.
E custará menos: entre R$ 130.000 e R$ 140.000, de acordo com a importadora, se o dólar ficar abaixo dos R$ 3,60 até novembro. Difícil de conter a alta do dólar será convencer o consumidor desse segmento a pagar tanto por um chinês.
Vale estudar a causa antes de fazer o julgamento. O JAC T80 é bonito e tem personalidade, embora as lanternas traseiras presas à tampa sejam características dos Audi Q3 e Q5.
O interior é agradável e espaçoso. Sobra espaço para as pernas no banco traseiro e adultos com até 1,75 m de altura conseguem se acomodar na terceira fileira de bancos – basta correr um pouco para a frente a segunda fila. Há saídas de ar-condicionado independentes para as duas fileiras posteriores.
O painel é um caso à parte. É claramente inspirado no antigo Mercedes Classe S, com quadro de instrumentos digital e central multimídia no mesmo nicho e quatro saídas de ar centrais com um relógio analógico no meio.
Mas o toque e o acabamento das superfícies são surpreendentemente bons. Só exageraram nos apliques imitando fibra de carbono, que cobrem a faixa central do painel e todo o console.
Os bancos dianteiros são confortáveis, bem estruturados e têm ventilação, ajuste elétrico com três memórias e massagem para o motorista. Falta, porém, o básico ajuste telescópico do volante, que entre os chineses só existe no quase homônimo Lifan X80, que custa R$ 129.777.
Testamos uma unidade do T80 usada em testes da engenharia da JAC, ainda sem ajustes para o Brasil. A suspensão controla bem os movimentos da carroceria, mas não lida tão bem com as pequenas irregularidades do nosso piso.
O motor 2.0 turbo de 190 cv é linear na entrega de força, mesmo com injeção indireta (no coletor de admissão), mas falta agilidade ao câmbio de dupla embreagem e seis marchas.
Se ele vai bem em condução normal, vacila quando é convocado pelo kickdown ou pelas trocas sequenciais na alavanca (não há borboletas).
Na pista, até se saiu bem para um SUV de 1.790 kg: 11,1 s para chegar a 100 km/h – o Peugeot 5008 faz o mesmo em 10,4 s com um 1.6 de 165 cv e 200 kg menos.
O consumo, de 10 km/l em ciclo urbano e 10,8 km/l no rodoviário, seria melhor com injeção direta. Pode ser que melhore, pois a JAC promete um mapa de injeção específico para a gasolina brasileira que deverá elevar a potência para 200 cv.
Teste de pista (com gasolina)
Aceleração de 0 a 100 km/h: 11,1 s
Aceleração de 0 a 1.000 m: 32,5 s – 160,9,2 km/h
Velocidade máxima: 170 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h: 4,8 s
Retomada de 60 a 100 km/h: 6,5 s
Retomada de 80 a 120 km/h: 8,2 s
Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 16,8/29,5/69 m
Consumo urbano: 10 km/l
Consumo rodoviário: 10,8 km/l
Ficha Técnica – JAC T80
Preços: Entre R$130.000 e R$140.000
Motor: gasolina, diant., transv., 4 cilindros, 16V, turbo, 1.997 cm3; 190 cv a 5.000, 30,6 mkgf a 1.800-4.000 rpm
Câmbio: automatizado de dupla embreagem, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson (dianteira) e multilink (traseira)
Freios: disco, vent. (diant.), disco sólido (tras.)
Direção: elétrica
Rodas e pneus: liga leve, 235/60 R18
Dimensões: compr., 479 cm; alt., 176 cm; larg., 190 cm; entre-eixos, 275 cm; peso, 1.790 kg; tanque, 64 l; porta-malas, 477 l