Influencer brasileiro finge que foi banido da Ferrari e mostra carta falsa
Influenciador investigado por golpe de bets transformou uma Ferrari F8 Spider no Relâmpago McQueen, mas não foi banido - ainda

Há uma série de casos de pessoas que foram banidas pela Ferrari. Ou seja, perderam o direito de comprar um carro da fabricante italiana. Há, até, casos de proprietários que foram processados pela Ferrari por terem modificado seus carros. Um influenciador brasileiro conseguiu surfar nessa história.
Ruyter Poubel é carioca, tem 27 anos e 20 milhões de seguidores no Instagram. Até então, os primeiros resultados para o seu nome no Google estavam relacionados ao fato de ele ser investigado pela Polícia Civil de São Paulo na operação Faketech, que investiga influenciadores pelo crime de estelionato eletrônico por promoção de casas de apostas on-line. Houve, inclusive, mandados de busca e apreensão em imóveis de Poubel nos últimos dias de 2024.
No Instagram, exibe a coleção de carros que mantém nos Estados Unidos. Entre eles a Ferrari F8 Spider que, agora, foi caracterizada como o Relâmpago McQueen da animação Carros.

A sequência de fotos apresentando o carro transformado aos seus seguidores já mostra uma suposta carta da Ferrari, com a data de hoje. No texto, em inglês, consta que o influenciador estaria vetado de comprar qualquer carro novo diretamente do fabricante e de frequentar seus eventos porque “tais alterações comprometem a reputação e os valores que mantivemos por décadas, em alinhamento com nossa estimada clientela”.
É o tipo da coisa que a Ferrari realmente poderia fazer. Mas não fez – ainda. E a carta dizia isso para todo mundo. Caiu quem quis.
A chancela de “Gestão esportiva” e o fato de a carta ter partido de Florença e não de Maranello causam estranheza. Mas faz sentido ao procurar quem seria Lorenzo Ricci. De acordo com a Wikipedia: “Lorenzo Ricci foi um padre jesuíta italiano, décimo oitavo superior-geral de 1758 a 1773. Foi o último superior-geral antes da Supressão da Companhia de Jesus” e nasceu em Florença em 1703. E ainda tem um erro que a Ferrari nunca iria cometer, que é o nome do esportivo. O texto fala das “modificações feitas na Ferrari F8 Spider Tributo”, errando o nome do veículo. A Ferrari F8 é vendida ou na versão Tributo, com teto fixo; ou Spider, com teto conversível – ou seja, a carta falsa combinou o nome de duas versões diferentes.
Se a carta está em inglês, o aviso está em italiano lá no pé da carta. A tradução: “Esta carta não é real, parabéns por traduzir a mensagem para que você possa fazer marketing gratuito, sem incomodar ninguém e sem avisar”. Ao lado, o endereço da sede social, Nápoles.
Caprichou e realmente enganou muita gente que repercutiu o suposto banimento. Pode até ser que, agora, enviem uma carta verdadeira. Lá de Maranello, claro.