No início do mês, a BYD fez uma proposta de investimento de US$ 1 bilhão para a Índia visando a abertura de nova fábrica no país, em joint venture a empresa local Megha Engineering and Infrastructure. Porém, o governo indiano rejeitou prontamente a oferta.
“Preocupações de segurança com relação aos investimentos chineses na Índia foram sinalizadas durante as deliberações”, disse um oficial indiano ao Economic Times. A lei local exige que todo investimento feito por um país fronteiriço tenha aprovação do governo, visando, principalmente, evitar uma invasão comercial da China.
O investimento da BYD tinha como objetivo a abertura de novas plantas para a produção local de carros elétricos e baterias. Além disso, estava previsto um centro de pesquisa e investimento para ampliar a infraestrutura de carregamento na Índia, que hoje é quase inexistente.
A proposta da marca chinesa surgiu em momento no qual a relação entre os gigantes asiáticos é ruim. O crescimento econômico da Índia preocupa Beijing e os dois países vêm tendo constantes problemas na região do Himalaia, onde fazem fronteira.
A BYD tem o objetivo de capturar pelo menos 40% do mercado de carros elétricos da Índia até o final de 2030 — o que obviamente não agrada aos locais. Com a reclusa do governo indiano e o grande atraso do país na eletrificação de sua frota, a montadora chinesa terá que ter um grande esforço pela frente.
Hoje a BYD possui apenas dois modelos disponíveis no mercado local, o Atto 3 (nosso Yuan Plus) e o e6, voltado para frotistas. Em breve, o sedã BYD Seal, que foi apresentado recentemente no Brasil , deve dar as caras por lá também.
A GWM, outra gigante chinesa no segmento de elétricos, também teve proposta semelhante recusada pelo governo indiano. A tentativa da montadora era de comprar uma fábrica desativada da General Motors, mas o negócio não foi concluído por interferência estatal. A GM indiana está sendo investigada por supostas irregularidades financeiras e isso, ao menos oficialmente, motivou a negativa.
Os grandes investimentos de montadoras chinesas na Índia são esperados por conta desse ser o terceiro maior mercado automotivo do mundo, ficando atrás apenas de EUA e a própria China.