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Impressões: Mercedes E43, o AMG de boutique

Versão esportiva carrega DNA da mítica preparadora no nome, mas não no coração

Por Rodrigo Ribeiro
Atualizado em 5 fev 2018, 15h02 - Publicado em 29 jan 2018, 14h52
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  • Mercedes-AMG E43 Dianteira Estática
    Para-choques, grade do radiador e rodas são exclusivos do E43 AMG (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

    Responda rápido: o que diferencia um AMG de uma versão convencional de qualquer outro Mercedes?

    Pode ser o desempenho muito acima de qualquer outro modelo. Pode ser o ruído estrondoso e característico do escapamento. Ou o fato de que cada motor é produzido por um só funcionário em Affalterbach, na Alemanha.

    Bem, o novo Classe E43 não tem nada disso, mas, ainda assim, é um AMG.

    A pergunta no começo desse texto tem justificativa: desde 2016 a Mercedes rebatizou as versões AMG Sport, passando a chama-las de 43 AMG.

    Pode parecer algo irrelevante, mas é importante para os fãs da marca: até então, só as versões preparadas pela a AMG adotavam a nomenclatura de dois dígitos.

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    Mercedes-AMG E43 Traseira Estática
    A cobertura dupla do escapamento reforça o apelo esportivo do E43. Pena que o som não acompanha… (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

    A ideia foi popularizar as versões esportivas usando a grife AMG. Deu certo, ao ponto da marca ter criado mais versões com motores produzidos em série e até híbridos. Mas, na prática, como esses modelos se saem?

    A resposta veio com o E43 AMG, lançado no Brasil por R$ 514.900. O valor inclui um V6 biturbo de 401 cv, câmbio automático de nove marchas e tração integral 4matic.

    Números interessantes, mas distantes do E63 S, este sim, um AMG puro-sangue, com um V8 biturbo construído à mão de 612 cv e uma etiqueta levemente maior: R$ 735.900.

    Mas que sapatos lindos

    Mercedes-AMG E43 Interior Aberto
    O painel digital duplo característico dos novos Mercedes contrasta com apliques em CFRP e costuras vermelhas da versão 43 (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)
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    A Mercedes argumenta que o E43 AMG recebeu ajustes de suspensão e chassi para ficar à altura do nome que carrega. Bem, antes de analisarmos isso, vamos analisar o visual do sedã esportivo, começando por suas rodas – e que rodas!

    Mercedes-AMG E43 Roda
    O desenho elegante dos raios prateados da roda de 20″ contrastam com a pintura em preto brilhante do aro (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

    Beleza é algo relativo, mas poucos entusiastas vão passar desapercebidos pelos belíssimos aros de 20 polegadas exclusivos. As rodas bicolores contrastam com a carroceria preta e atraem a atenção para os freios a disco ventilados.

    Mercedes-AMG E43 Dianteira estática
    Estrela no radiador foi trocada por uma peça plástica integral para proteger e não interferir no radar posicionado logo atrás (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

    Os para-choques também são exclusivos, com destaque para a estrela de três pontas embutida na grade do radiador.

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    Pena que, por conta do radar do controlador de velocidade adaptativo embutido atrás do icônico símbolo, a estrela 3D foi substituída por uma peça plástica de aspecto simples.

    Mercedes-AMG E43 Interior
    O sistema multimídia permite integração com Apple Carplay e Android Auto, mas a tela não é sensível ao toque (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

    O interior mantém o refino e luxo que se espera de um Classe E de meio milhão de reais. Linhas vermelhas destacam as costuras do couro que cobre a cabine, enquanto uma cobertura de plástico reforçado com fibra de carbono (CFRP, na sigla em inglês) no console diferencia essa versão das outras abaixo dela.

    Mas basta apertar o botão de partida do motor para se decepcionar. Ainda que levemente grave, o ronco da saída de escapamento dupla não chega nem próximo do estrondo encorpado característico dos principais AMG.

    E não há modo de condução que resolva, pois nem o motor, nem o sistema de escape possuem sistema para alterar o ronco do mesmo V6 oferecido em outros modelos.

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    Bem, em teoria isso é um problema “só” para quem já ouviu qualquer outro modelo AMG de verdade. Desconsiderando isso, o desempenho do E43 é, na medida do possível, condizente com sua proposta mais esportiva.

    Segundo a Mercedes, o E43 acelera de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos, com velocidade máxima limitada eletronicamente de 250 km/h. Naturalmente, são números impressionantes – caso não houvesse o E63 S.

    Frustração sonora

    Mercedes-AMG E43 Motor fechada
    Não adianta procurar a placa com o nome; Esse V6 biturbo não foi fabricado pela AMG (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

    O lado positivo dessa esportividade parcial é que, no dia a dia, a suspensão a ar permite um passeio tão confortável quanto qualquer Classe E abaixo do 63.

    De quebra, o sistema possui um ajuste em que ergue o eixo dianteiro em 10 mm, recurso extremamente útil para evitar raspar o para-choque dianteiro na valeta mais próxima.

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    Há muito espaço para quatro adultos – o quinto ocupante precisa lidar com o túnel central elevado -, e itens como ar-condicionado de três zonas e sistema de som Burmester adicionam o requinte que se espera para o segmento.

    Entre as tecnologias disponíveis há painel de instrumentos digital, faróis totalmente em LED adaptativos e sistema de estacionamento com frenagem automática, mas equipamento de maior destaque é o controlador de velocidade adaptativo com assistente de manutenção de faixa de rolamento.

    Veredicto

    No final das contas, o E43 não teria nenhuma característica negativa marcante, caso fosse chamado de E450 AMG Sport. Dessa forma, ele seria um rival à altura do S6 e 540i M, pois tanto a Audi quanto a BMW deixam claro a divisão entre seus modelos convencionais, esportivos e superesportivos.

    Mas, ao subir a régua e batizar o modelo como um AMG de verdade, a Mercedes também aumentou o número de atributos que se espera de uma versão como essa. E, sob essa óptica, o E43 sofre com o peso das letras que carrega.

    Ficha técnica – Mercedes-AMG E43

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