Impressões ao Dirigir: Chevrolet Prisma Joy, espaçoso e racional
Sedã preserva a aparência do Onix antes da reestilização e cumpre a função do velho Classic
Até o primeiro semestre de 2016, quem procurava um sedã de baixo custo e espaçoso dentro da linha Chevrolet precisava se contentar com o velho Classic. Tudo mudou na segunda metade daquele ano, quando a marca descontinuou o veterano derivado do Corsa e posteriormente lançou o Prisma Joy.
Assim como a versão homônima do Onix, ele combina uma carroceria antiga com um coração atualizado, trazendo as mesmas tecnologias das versões mais caras.
O Prisma Joy oferece o pacote básico desejado pelo cliente de um sedã compacto. Por R$ 45.790, ele sai de fábrica com ar-condicionado, direção elétrica e vidros elétricos nas portas dianteiras.
Além disso, tem também cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, travas elétricas, banco traseiro rebatível, tomada 12 volts e indicador de troca de marcha. Falta rodas de liga leve e sistema de som, ambos oferecidos como acessórios.
Falando em som, a central multimídia disponibilizada para as versões Joy é bem diferente da MyLink aplicada no restante da gama Onix/Prisma, embora tenha recursos como TV digital e espelhamento da tela do smartphone.
Além do visual mais pobre, o aparelho tem botões mais difíceis de visualizar e uma usabilidade ruim. Dependendo da situação, a tela também reflete a luz do sol diretamente na altura dos olhos do motorista.
Se a cabine do Prisma Joy está longe de ser aconchegante, pelo menos ela não é ultrapassada. Apenas alguns detalhes o separam do Prisma atual. Além da própria central multimídia, o painel digital trocou a iluminação azul por uma alaranjada, lembrando bastante os antigos GM dos anos 90, como Kadett e Omega.
Não há regulagens de altura e profundidade na coluna de direção e o acabamento tem plástico por todos os lados, mas as peças são bem encaixadas e não há rebarbas.
Um dos maiores atrativos é o amplo porta-malas de 500 litros, mais do que suficiente para levar a bagagem de uma família com filhos.
Assim como o restante da linha GM, as versões Joy sofreram alterações no motor, suspensão e transmissão. O até então defasado motor 1.0 SPE/4 (de 80/78 cv e 9,8/9,5 kgfm de torque máximo) ganhou pistões, bielas e anéis redesenhados e mais leves.
A fabricante diz também que o tipo de óleo utilizado no motor foi alterado para melhorar o processo de lubrificação e o módulo eletrônico foi recalibrado para ficar “40% mais rápido e potente”, de acordo com a GM.
Os sistemas de arrefecimento e gerenciamento de energia elétrica foram alterados para atuarem de forma mais rápida.
A suspensão, por sua vez, foi recalibrada e rebaixada em 10 milímetros para melhorar o conforto, embora tenha ficado um pouco dura em comparação ao antigo Prisma.
Por fim, a transmissão ganhou a sexta marcha para contribuir na redução do consumo.
De acordo com a Chevrolet, o Prisma Joy faz 12,9 km/l na cidade e 15,6 km/l na estrada. Se a escolha for pelo etanol, os números são 9 km/l e 11,1 km/l, respectivamente.
Quando abastecido com o combustível derivado da cana de açúcar, o sedã precisa de 13,3 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h e atinge a velocidade máxima de 172 km/h.
Caso você o dirija apenas na cidade, o motor SPE/4 dá conta do recado sem muitos problemas, desde que você não ande com o veículo cheio na maior parte do tempo.
Nesta condição, o Prisma sofre um pouco nas subidas e retomadas de velocidade, situações críticas para qualquer sedã 1.0.
Será preciso trocar de marchas com uma frequência maior para evitar que o veículo perca fôlego.
O maior defeito do Prisma Joy está no preço. Embora não seja caro, alguns rivais mais modernos e bem equipados custam praticamente o mesmo ou um pouco a mais do que o representante da Chevrolet.
É o caso do Renault Logan, que traz os mesmos itens de série já na versão Authentique (vendida a R$ 44.700) e o recém-lançado motor 1.0 SCe de três cilindros, mais potente (até 82 cv) e com mais torque (10,5 mkgf) do que o GM.