Imprensa europeia avalia o Ford Ka+, um projeto brasileiro
Recém-lançado na Europa, o Ka desenvolvido no Brasil faz parte do plano de globalização da Ford
A Ford deu mais um passo com seu plano One Ford, de vender os mesmos modelos mundialmente, e lançou o novo Ka na Europa. Para afastar-se da imagem da antiga geração do compacto, ele recebeu a nomenclatura “Ka+” (a mesma do sedã brasileiro), além de alguns ajustes visuais e na lista de equipamentos para adequar-se ao gosto europeu. Os exemplares são produzidos na Índia e exportados para todo o continente.
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As mudanças visuais foram poucas, mas pontuais. Na dianteira, a grade é sempre cromada, como a do sedã brasileiro. Enquanto isso, a traseira ganha um aplique preto no para-choque que dá maior impressão de robustez ao Ka+ e as rodas são novas. Entre os equipamentos adicionais oferecidos estão seis airbags, controle de estabilidade (ambos de série) e ar-condicionado digital.
No geral, a imprensa especializada faz boas referências ao desenho, mas reprova a traseira. “Ele parece bom de frente — e todas as versões têm para-choques e retrovisores pintados. Mas não vai ganhar o prêmio de traseira do ano”, apontou o caderno de automóveis do jornal The Sun. O site Top Speed elogia o visual por suas inspirações esportivas e referências ao Fiesta. O mesmo, porém, relata sobre o fraco desempenho do motor 1.2 e a inferioridade frente à concorrência (Volkswagen Up! e Toyota Aygo).
A avaliação mais dura partiu do jornal britânico Telegraph, que tenta entender os motivos da Ford de descontinuar o antigo Ka em favor do Ka+, um projeto brasileiro para países em desenvolvimento. Vale lembrar que o antigo modelo europeu era um city car, um subcompacto de três portas com o mesmo apelo jovem e de imagem do Fiat 500, enquanto o novo se aproxima bastante das dimensões do Fiesta. O jornal ressalta ainda o fato de o Ka+ ser “antiquado” por utilizar freios traseiros a tambor.
Por fim, o Telegraph retoma a má receptividade do público europeu com o EcoSport (também projeto brasileiro), que sofreu em sua estreia por não estar bem adaptado mecânica e estilísticamente para a Europa. “E dada a história do EcoSport, se a Ford quer vender o mesmo carro em todo o mundo, vai ter que gastar muito mais cotovelo para torná-los mais atraentes na Europa”, concluiu.