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Hyundai promete manter botões físicos em seus carros ‘até quando der’

Chefe de design da marca diz preferir os botões tradicionais por serem mais seguros, mas que eles serão extintos quando os carros se tornarem 100% autônomos

Por João Vitor Ferreira
20 mar 2023, 16h18
Hyundai Kona EV
Hyundai Kona EV (Divulgação/Hyundai)
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Literalmente ganhando cada vez mais espaço nos carros, já é praticamente impossível fugir das telas. Além da multimídia, elas substituíram os quadros de instrumentos e até os comandos do ar-condicionado. Nos Mercedes-Benz elétricos, elas tomam quase todo o painel. Para a Hyundai, porém, tantos visores mais atrapalham do que ajudam, e os botões físicos seguirão cumprindo sua função.

O chefe de design da Hyundai, Sang Yup Lee, é um dos que defendem essa causa na empresa. Para ele, mesmo que as telas tragam tecnologia e conectividade, são menos seguras do que um botão comum no dia-a-dia.

Durante o lançamento do novo Hyundai Kona, Lee disse que é a favor de botões físicos e que a Hyundai os manterá vivos até onde for possível. “Usamos os botões físicos de forma bastante significativa nos últimos anos. Para mim, os comandos relacionados à segurança devem ser fisicos.”

Mercedes-EQ, EQS, Interieur, MBUX Hyperscreen Mercedes-EQ, EQS, Interior, MBUX Hyperscreen
Hyperscreen da Mercedes tem 56” e é um exemplo de como todos os botões estão sendo substituídos por telas (Divulgação/Mercedes-Benz)

O executivo também destaca a maior praticidade para operar os botões, o que consequentemente acaba tornando-os mais seguros. “Quando você está dirigindo, é difícil controlá-lo, é por isso que quando é uma tecla física é fácil perceber e sentir”, disse Lee.

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Um exemplo simples é pensarmos no ar-condicionado. Quando usado com botões analógicos, basta girar um seletor – que está sempre fixo no mesmo lugar do painel – para aumentar ou diminuir a temperatura. Pela resposta tátil, fica fácil perceber o quanto a temperatura ou a velocidade do vento foi alterada.

Por outro lado, se a função fica exclusivamente na tela da central, você terá que realizar alguns passos até chegar no controlador do ar-condicionado, dependendo da situação. Além disso, você não tem uma resposta tátil do que está fazendo e terá que olhar para tela na hora de selecionar a temperatura, a ventilação ou mesmo funções como desembaçamento de vidros e recirculação.

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O novo Hyundai Kona, por outro lado, traz um conjunto de telas de 24,6” ao todo e há diversos botões no painel e no volante (Divulgação/Hyundai)

Porém, mesmo deixando clara sua preferência pelos botões físicos, Lee não nega a realidade: logo menos, tudo será mais digital. “Continuaremos a ter (botões físicos). No que diz respeito à condução autônoma de nível 4, teremos tudo em softkey, mas até lá, como disse, quando se trata de conduzir é mais seguro ter os olhos na estrada e as mãos no volante.”

O nível 4 de condução autônoma é aquele onde o motorista fica livre para fazer qualquer tipo de tarefa enquanto os sistemas do carro tomam conta da direção, sem a obrigatoriedade de manter as mãos no volante o tempo todo, como na atualidade.

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Até a condução de nível 4 for comum, teremos ainda algum tempo convivendo com os botões analógicos. Além da Hyundai, outras montadoras e designers já se mostraram ser a favor dos comandos. A Volkswagen, por exemplo, já pronunciou que trará os botões tradicionais de volta aos seus carros, após receber críticas dos consumidores em relação aos botões sensíveis ao toque.

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