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Horse começa a produzir câmbio de 15 marchas sem embreagem para híbridos

Novo câmbio automático tem dois motores elétricos internos que contribuem com mais 48 cv; no SUV cupê Rafale, a redução de consumo chega a 40%

Por Henrique Rodriguez SEGUIR SEGUINDO
Atualizado em 26 dez 2024, 12h09 - Publicado em 26 dez 2024, 08h00

Você não leu errado e o número no título está certo: o novo câmbio DB49 da Horse tem 15 marchas e dispensa qualquer tipo de embreagem.

Esta nova transmissão acaba de ter sua produção iniciada na fábrica da Horse em Sevilha, na Espanha, para fazer sua estreia em versões híbridas (HEV e PHEV) do Renault Rafale.

Em vez de utilizar qualquer tipo de embreagem, essa caixa de câmbio usa dois motores elétricos tanto para mover o carro quanto para gerenciar os acoplamentos de marcha e a regeneração. Quatro marchas ficam dedicadas ao motor principal e outras duas ao conjunto elétrico.

Não quer dizer que o motorista sentirá as trocas das 15 marchas em sequência. A grande sacada deste conjunto é ter uma marcha mais adequada para cada situação baseada também no modo de funcionamento naquele determinado momento.

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Modos de atuação do câmbio:

Modo elétrico
Modo a combustão
Híbrido dinâmico (divide o esforço entre motor a combustão e os elétricos)
E-drive, no qual o motor a gasolina gera energia e os elétricos movem o caro
Regeneração

É justamente a combinação dos motores elétricos com os sincronismos o que permite gerar até 15 combinações de relações diferentes. Cada relação é assumida como uma marcha e quem faz o gerenciamento é o Power Electronics Box (PEB), uma unidade eletrônica integrada ao câmbio. No Rafale, esse câmbio pode garantir uma eficiência até 15% maior que a de um câmbio de dupla embreagem.

O câmbio Horse DB49 consegue lidar com até 47,9 kfgm de torque máximo, enquanto seus motores elétricos conseguem contribuir com uma potência de até 48 cv dos motores elétricos. Seu peso total é de 99 kg.

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Esse câmbio pode ser combinado a motores a combustão convencionais, mas também pode ser parte de um conjunto híbrido (HEV), híbrido plug-in (PHEV) ou mesmo elétrico. Tanto a parte mecânica quanto a eletrônica é otimizada para reduzir significativamente o consumo da bateria que for utilizada.

Esse câmbio será utilizado primeiro no Rafale, mas deverá ter sua aplicação expandida para futuros lançamentos da Renault na Europa e América do Sul. Dado o torque máximo e a versatilidade, a DB49 poderá ser aplicada no futuro SUV médio nacional da Renault em suas versões híbridas e também na sua picape, a Niagara.

Como o Rafale híbrido funciona?

Nesta primeira aplicação, o câmbio DB49 é combinado a um motor três cilindros 1.2 com turbo de geometria variável e que funciona em ciclo Miller para gerar 130 cv e 21 kgfm. O motor elétrico principal gera 70 cv e mais 21 kgfm e é alimentado por uma bateria de 2 kWh e 400V. O segundo motor elétrico é um gerador de partida de alta tensão com 34 cv e 5 kgfm que é responsável por dar partida no motor 1.2 e também por controlar as trocas de marcha.

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A Renault defende que este conjunto complexo garante uma eficiência térmica de 41%. Para isso, torna possível que o motor a gasolina funcione apenas para gerar eletricidade para o motor elétrico principal tracionar o carro. Diz a fabricante que é possível que o Rafale circule apenas com o motor elétrico por 80% do tempo nas cidades, reduzindo o consumo de gasolina em até 40%.

O carregamento é gerenciado automaticamente pela caixa de câmbio inteligente, que ainda tem quatro níveis de frenagem regenerativa, controladas por borboletas no volante. Mas nenhum desses quatro níveis substitui a atuação do freio.