O governo recuou e desistiu de adiar a exigência de airbag duplo e freios ABS para os automóveis nacionais. A medida foi sugerida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, sob a justificativa de que os preços dos carros subiriam demais a partir do ano que vem, quando 100% dos veículos fabricados no país deverão sair de fábrica com os itens.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Mantega afirmou que o setor automotivo se comprometeu a evitar demissões e absorver os trabalhadores que seriam demitidos com o fim da produção de alguns modelos. O sindicato dos metalúrgicos do ABC havia pedido a prorrogação da obrigatoriedade para 2016, alegando que o fim da produção de alguns modelos – em especial a Kombi – poderia causar até 4 mil demissões. E por falar na perua, uma reunião a ser realizada no próximo dia 23 de dezembro pode definir uma exceção ao modelo, que não pode receber estes equipamentos.
“Não houve resistência das montadoras em criar um perdão] para a Kombi porque o produto não tem concorrência. Não é caminhonete, não é automóvel. Não é veículo. É um produto diferente, sem similar”, tentou explicar Mantega.
O ministro também revelou que a Fiat solicitou que o Mille também pudesse ser isento da obrigatoriedade, mas o pedido foi negado pelo fato de o modelo ter concorrentes que podem receber os equipamentos de segurança.
A possibilidade de adiar a adoção destes equipamentos teria causado grande descontentamento entre as montadoras chamadas “new comers”, como Nissan, Peugeot, Citroën e Renault. Todas elas já oferecem os itens em praticamente todos os seus modelos, e alegam ter realizado investimentos justamente para se adequarem à lei antes de 2014. As empresas, inclusive, teriam até ameaçado cancelar investimentos previamente acertados com o governo, fazendo com que as autoridades recuassem, optando por desistir do adiamento.