Com o início da gestão Jair Bolsonaro, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) vem promovendo algumas mudanças radicais de rumo.
Um dos exemplos é a regulamentação que previa aplicação de multas a ciclistas e pedestres que cometem infrações de trânsito.
No início deste mês o órgão anunciou, através da resolução 772/2019, a revogação de outra resolução, 706/17, que determinava como seriam aplicadas as multas a ciclistas e pedestres que desrespeitassem as leis.
A resolução original propunha que, ao ser constatada uma irregularidade, a infração seria dada por anotação ou de forma eletrônica, caso o infrator fosse habilitado.
O agente pediria o nome completo, documento de identificação e, se possível, CPF e endereço.
Aos pedestres que atravessassem uma rua fora da faixa, da passarela, da passagem aérea ou subterrânea, a penalidade aplicada deveria ser 50% do valor de uma infração leve, o que equivale a R$ 44,19.
Já aos ciclistas que estivessem andando em local irregular ou que guiassem de forma agressiva, além de terem a bicicleta removida, também sofreriam penalidades consideradas como infrações médias, no valor de R$ 130,16.
Apesar de prever uma mera aplicação de sanções já previstas nos artigos 254 e 255 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro, a regulamentação não chegou a entrar em vigor.
O primeiro prazo previsto era abril de 2018, mas em março do mesmo ano o próprio Contran prorrogara o prazo para o início de março deste ano.
Enfoque em campanhas educativas
Agora, no lugar das multas, o conselho aprovou uma campanha nacional de trânsito com enfoque em pedestres, ciclistas e motociclistas no período de maio de 2019 a abril 2020.
Intitulada “No Trânsito, o Sentido é a Vida”, ela será focada especialmente a pedestres, ciclistas e motociclistas, e contará com ações publicitárias que enfatizam a importância da conscientização e da responsabilidade social no trânsito.
QUATRO RODAS procurou a assessoria do Ministério de Infraestrutura, órgão ao qual o Contran está vinculado, para questionar se há alguma previsão de as multas voltarem à pauta quando a campanha terminar.
Entretanto, o órgão não respondeu até a publicação desta reportagem.