Não era exatamente desta forma que o Gol gostaria de celebrar seus 35 anos. Longe da liderança de vendas do mercado nacional, perdida em 2014 após 27 anos de domínio absoluto, o hatch vive um momento delicado. Mas isso não significa que não temos motivos para comemorar, afinal não é todo dia que um dos modelos mais queridos do brasileiro faz aniversário. Para marcar esta data, reunimos abaixo dez curiosidades sobre o Gol.
1. Todo mundo sabe que o nome “Gol” vem do momento máximo do futebol, e que a Volkswagen tem tradição em se inspirar no mundo dos esportes para batizar seus modelos -Golf e Polo estão aí para não nos deixar mentir. Mas pouca gente sabe é que a Volkswagen cogitou chamar seu best-seller de Angra, homenageando a bela região de Angra dos Reis. A ideia acabou sendo descartada por remeter ao polêmico projeto de usinas nucleares na região nos anos 70.
2. O projeto do Gol saiu das mentes criativas de três designers: Márcio Piancastrelli, José Vicente Martins e George Oba. O trio chegou até a ser deslocado para o QG da Audi, em Ingolstadt, para disputar com o projeto realizado pela própria matriz da VW em Wolfsburg. Para surpresa geral, os brasileiros acabaram vencendo a concorrência local.
3. Antes de o Gol ganhar as ruas, rumores indicavam que o Gol seria quase um “irmão gêmeo” do Audi 50, que por sua vez era praticamente um clone do primeiro Volkswagen Polo. No fim das contas, o Gol acabou se inspirando no cupê Scirocco.
4. Ainda nos anos 80, a VW chegou a desenvolver um projeto conhecido pelo codinome BY. Era um estudo de veículo hatchback de três portas com uma solução até então inédita no país: banco traseiro deslizante, podendo ampliar o espaço no banco traseiro ou no porta-malas. O projeto acabou sendo engavetado, e o criativo recurso só seria aproveitado em 2003 com a chegada do Fox.
5. Contrariando as tendências da própria Volkswagen, que enfim começava a investir em motorizações refrigeradas a água, o Gol foi lançado com o antigo motor 1.300 refrigerado a ar do Fusca. Nem é preciso dizer que o fraco desempenho deste conjunto resultou em uma enxurrada de críticas, obrigando a VW corrigir o erro rapidamente, à princípio trocando o motor pelo 1.600 até aposentá-lo definitivamente alguns anos depois com a chegada do esportivo GT.
6. Falando em esportivos, o Gol GT inaugurou uma tradição de versões nervosas do Gol. Depois dele ainda viriam o GTS, o cobiçado GTi (quem não se lembra da carroceria azul e cinza?) e o radical GTI 16V, cujo motor 2.0 com cabeçote alemão entregava 141 cv.
7. A banda The Rolling Stones ganhou uma homenagem inusitada da VW: a série Gol Rolling Stones chegou às ruas aproveitando o frisson em torno da turnê “Voodoo Lounge”. Junto com o carro vinha um brinde mais do que apropriado: uma fita cassete (!) do álbum mais recente gravado pela banda de Mick Jagger na época.
8. E já que estamos falando de série especial, o Gol é um dos modelos com o maior número de edições exclusivas – e diferentes também. Eis algumas delas: Gol Atlanta (lançado em homenagem aos Jogos Olímpicos de 1996), Gol Fun (com direito a faróis com máscaras na mesma cor da carroceria), Gol Titan (supostamente uma versão ‘parruda’ do G4 com rodas de aço) e Gol Seleção (alusivo à Copa do Mundo de 2014 disputada no Brasil). Uma das séries especiais mais exclusivas foi baseada justamente no Gol Geração 5. O Gol Vintage teve apenas 30 unidades numeradas e vendidas para colecionadores. Baseado na versão Power, o carro tinha pintura branca com detalhes pretos, mas a cereja do bolo vinha no porta-malas: uma guitarra Tagima Stratocaster personalizada com as mesmas cores do veículo.
9. O Gol é o veículo mais exportado da história da VW Brasil, com mais de 1 milhão de unidades vendidas em 66 países, sendo a maioria deles situado na América Latina. No entanto, entre 2004 e 2005, o modelo chegou a ser exportado para a Rússia, onde foi vendido com o nome Pointer – nomenclatura também utilizada em outros países.
10. A Volkswagen Argentina usou o Gol para tirar sarro do vexame brasileiro na Copa do Mundo. A provocação não estava no agradecimento à seleção de Lionel Messi pelo vice-campeonato mundial (a Argentina perdeu justamente para a Alemanha, algoz da Seleção Brasileira), e sim na placa do Gol (LTA 701) que estampava o anúncio: as letras “LTA” seriam uma abreviatura de “La Tenes Adentro”, uma expressão chula popularizada por Diego Maradona. O golpe de misericórdia veio com os números 701, em alusão à goleada histórica de 7×1 sofrida pelo Brasil em Belo Horizonte.