Geely será sócia da Renault no Brasil para compartilhar fábricas e concessionárias
Geely fechou acordo para se tornar acionista minoritária da operação da Renault no Brasil e seu foco será em carros híbridos e elétricos

Parceiras de longa data, a Renault e a Geely estão caminhando para estreitar suas relações ainda mais no Brasil. As empresas assinaram um acordo que permitirá que a Geely utilize as fábricas e também a rede de concessionárias da Renault no Brasil para vender seus carros híbridos e elétricos.
A Horse, responsável pela fabricação de motores da Renault, é resultado de uma joint-venture entre a Geely e a Renault que integrou a produção de motores a combustão e de câmbios das duas empresas a nível global. O Renault Grand Koleos, que será lançado no Brasil neste ano, foi criado a partir de um modelo da Geely.

Para viabilizar o negócio, a Geely Holding deve investir na Renault do Brasil para se tornar um acionista minoritário. Isso permitirá que a Geely tenha acesso à infraestrutura de produção local, vendas e serviços. Para isso acontecer, ainda será necessária a assinatura de acordos definitivos e a autorização de autoridades regulatórias.
Tanto a fábrica de veículos comerciais, responsável por Master e Oroch, quanto a fábrica de carros de passeio, que produz Kardian, Duster e Kwid, poderiam ser usadas para a produção de carros da Geely.

O que está claro é que a Geely oferecerá apenas carros híbridos e elétricos, evitando, ao menos em um primeiro momento, um conflito com a gama de produtos da Renault. A Geely também poderá se valer da rede de concessionárias da Renault, que já está bem estabelecida no Brasil.
A Geely Holding é proprietária da Volvo, da Zeekr e da Radar/Riddara, que já atuam no Brasil, mas também comanda a Smart (que poderá retornar ao país) e a Polestar (que confirmou sua estreia no Brasil para 2025). Outras marcas em seu portfólio são a Geely Auto, Lynk & Co, Geometry, Lotus, London Electric Vehicle Company e Farizon Auto – que faz veículos comerciais. É tão gigante que vendeu mais de 3,33 milhões de veículos em 2024 – enquanto o mercado brasileiro somou 2,57 milhões entre automóveis e comerciais leves.

No ano passado, a Geely estudava a viabilidade de lançar todas as suas marcas no Brasil, por ser um mercado estratégico nas américas. Os dois carros mais cotados para a reestreia da marca no Brasil (onde esteve entre 2012 e 2014) são SUVs, o elétrico Galaxy E5, que já foi flagrado em testes no Brasil e o Starship 7, versão híbrida plug-in do E5 que já está registrado no Brasil.
O Galaxy E5 tem motor de 217 cavalos e 32,6 kgfm de torque. Na China, pode ser equipado com uma bateria de 49,52 kWh, que garante autonomia de 440 km, enquanto a bateria de 60,22 kWh amplia seu alcance para 530 km.

Já o Starship 7 utiliza um motor 1.5 aspirado de 111 cv e 13,9 kgfm com um câmbio E-DHT que integra o motor elétrico de 217 cv e 26,7 kgfm. Diz a fabricante que esse conjunto tem uma inteligência artificial integrada, que usa condições da via, área de circulação, altitude e inclinação para decidir qual motor será usado e para aprender os hábitos do motorista.