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GAC, Geely, Changan e GWM: quem são as interessadas nas fábricas da Ford?

Das quatro chinesas cotadas, três já tiveram experiências no Brasil. Mas o cenário cenário agora é outro.

Por Eduardo Passos
Atualizado em 19 jan 2021, 20h13 - Publicado em 19 jan 2021, 17h38
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  • Geely EC7 1.8 GS
    Geely já foi inclusive testada por QUATRO RODAS durante sua primeira passagem pelo Brasil. Lembra do Geely EC7? (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Com a saída da Ford do Brasil, o enorme complexo industrial da montadora na Bahia ficou vago. Neste momento, ainda não há planos concretos para os mais de 4,7 milhões de m² que incluem fábricas, laboratórios, escritórios e até uma estação de tratamento de esgoto.

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    Preocupado com os bilhões em subsídios investidos desde a instalação da fabricante na Grande Salvador, o governador da Bahia, Rui Costa, foi ágil ao anunciar negociações com países asiáticos. E sites de notícia revelaram interesse da Caoa em usar a planta baiana em parceria com quatro chinesas: Great Wall, Changan, Geely e GAC.

    Geely Emgrand
    O EC7 segue à venda na China e esse da foto é da linha 2021 (Geely/Divulgação)

    Mas quem são essas?

    A Great Wall Motors, no caso, é nada menos que líder nos segmentos de SUVs e picapes do colossal mercado chinês — que mesmo em crise vendeu mais de 25 milhões de carros em 2020.

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    A GWM chegou a anunciar uma fábrica no Brasil em 2013, com seus executivos visitando Ribeirão Preto, Guarulhos, Joinville e, justamente, os arredores de Salvador. Entretanto, os planos não se concretizaram.

    Great Wall Haval H4
    A GWM vende SUVs, como o H4 da foto, pela sua marca Haval (Haval/Divulgação)

    Desde então a marca expandiu sua atuação para locais como Rússia — onde tem uma fábrica capaz de produzir 150 mil unidades por ano —, Austrália e Europa Ocidental.

    ORA R1
    Já a marca ORA corresponde aos elétricos do grupo (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

    Na América do Sul, está presente em vizinhos como Paraguai, Chile, Uruguai e Argentina, onde tem mais de dez concessionárias. Um dos seus principais produtos na América do Sul é a família de picapes Série P, que almeja ocupar um meio-termo entre picapes médias e grandes.

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    Nova geração do Haval H6 será lançado na China em agosto
    Nova geração do Great Wall Haval H6 (GWM/Divulgação)

    Sua patente inclusive foi registrada no Brasil ano passado, e lembra bastante a Hilux Rugged-X australiana. A Great Wall nunca desistiu de se instalar no Brasil e em 2020 ainda buscava meios de se instalar no país.

    Great Wall Série P
    A Great Wall Série P chegará em breve à Argentina, onde são vendidas as picapes Wingle 5 e 6 e os SUVs H1, H2 e H6 (Great Wall/Divulgação)

    Se a GWM ainda consolida sua expansão internacional, a Geely, por outro lado, já ocupa posição de prestígio no mercado automotivo global.

    Como boa corporação chinesa, a marca teve crescimento rapidíssimo: em 35 anos foi de uma fabricante de geladeiras a proprietária de marcas como Volvo e Lotus.

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    Geely Icon
    Geely Icon tem filtros de ar que prometem impedir a entrada do vírus Covid-19 (Geely/Divulgação)

    Além das duas e de sua marca homônima, o conglomerado também é dono da malaia Proton e da premium Lynk & Co, que usa a experiência sueca para produzir carros de luxo voltados ao público chinês.

    Lançamento recente, o Geely Icon teve mais de 30.000 unidades vendidas na primeira semana. Além do design ousado, chamou atenção por ter filtro de ar-condicionado que promete impedir a entrada do vírus Covid-19 na cabine. Mas o motor 1.5 turbo, que atua em conjunto com um sistema híbrido de 48V, capaz de gerar um total de 190 cv de potência e 30,5 kgfm de torque também é um bom argumento.

    Geely Preface
    Geely Preface tem plataforma e motores da Volvo (Geely/Divulgação)

    Outra novidade é o Geely Preface, baseado na mesma plataforma CMA usada pelo Volvo XC40 e também com motor 1.5 de três cilindros dos Volvo. Se na Volvo é uma plataforma para compactos, este sedã tem 2,80 m de entre eixos – apenas 7 cm a menos que o Volvo S60.

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    Não se surpreenda se a Geely fincar bandeira em solo baiano, já que desde o ano passado há rumores que a fabricante chinesa ensaia seu retorno ao Brasil. Sim, você leu certo: a Geely chegou a vender seus carros por aqui entre 2015 e 2017 por meio do grupo Gandini, que representa a Kia ao País há décadas.

    Picape Geely Yuancheng FX
    A Geely Yuancheng FX tem como base o utilitário esportivo Geely Boyue PRO e chamou atenção pelo seu design inusitado (Internet/Reprodução)

    Segundo o jornalista Fernando Calmon, a ideia da vez era uma parceria com a HPE Automotores, aproveitando a infraestrutura usada na produção de Mitsubishi e Suzuki. Entretanto, a oportunidade de um complexo fabril para chamar de seu em Camaçari pode mudar tudo.

    geely-gc2
    Geely GC2 foi importado do Uruguai e passou despercebido pelo mercado brasileiro (Geely/Divulgação)

    Na sua primeira passagem pelo Brasil, a Geely — também a maior acionista do grupo Daimler — vendeu poucos milhares de carros, principalmente os quase desconhecidos sedã EC7 e o hatch GC2.

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    Dejá vù

    CS 15
    O SUV CS 15, da Changan, tem motor elétrico de 122 cv e pode marcar a volta triunfal da Chana ao Brasil (Changan/Divulgação)

    Lembra da Chana, que tentou a sorte no Brasil há pouco mais de 10 anos? É uma das marcas do centenário grupo Changan, fundado em 1862 ainda na China pré-revolucionária.

    O conglomerado ficou no Brasil por dez anos. Em 2016, quando houve falência da importadora Tricos Districar, a Chana disse adeus.

    Três anos depois, a marca retornou com planos grandiosos, pretendendo, curiosamente, utilizar a antiga fábrica da Ford em São Bernardo do Campo. A ideia era formar uma parceria também com a Caoa e fabricar SUVs menores que os da Caoa Chery e até carros elétricos. Entretanto, ficou por isso mesmo.

    landtrek
    Peugeot Landtrek foi desenvolvida em parceria com a Changan (Divulgação/Peugeot)

    Lá fora, a marca tem linha completa: subcompactos, peruas, SUVs, sedãs, etc — vários desses com opções de motorização elétrica. Há também a joint venture Changan-Ford, que fabrica modelos como Focus, Mondeo, Explorer e Edge para a China. Amigos, amigos, negócios à parte.

    A Peugeot Landtrek, com lançamento no Brasil previsto para 2022, também foi desenvolvida em joint-venture entre a Peugeot e a Changan.

    Estreante por aqui?

    GAC GS8
    GAC GS8 é SUV quadradão até lembra um Cadillac (GAC/Divulgação)

    Esse tipo de parceria é a base da última cotada, GAC, que possui acordos de fabricação em solo chinês com Fiat, Honda, Isuzu, Mitsubishi e Toyota.

    A sexagenária empresa também produz linhas próprias sob as marcas Trumpchi, Changfeng e Aion — essa última exclusivamente focada em elétricos. O Aion V é um de seus carros mais recentes e promete autonomia de até 600 km por recarga. 

    GAV Aion V
    GAV Aion V (GAC/Divulgação)

    Ao contrário das outras marcas, a GAC sempre teve atuação tímida no exterior, com seus principais mercados além-China sendo o Catar e Arábia Saudita.

    O grupo decidiu ousar em 2018 e anunciou, para o fim de 2019, o lançamento do SUV Trumpchi GS8 no mercado dos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, entretanto, a guerra comercial entre as potências esquentou e nada saiu do papel.

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