Foxconn, fabricante do IPhone, também está interessada na Nissan
Empresa taiwanesa já ensaia sua entrada no setor automotivo há um tempo e agora quer atravessar as negociações entre Honda e Nissan

A situação da Nissan é delicada. A empresa está se separando da Renault, com que mantém uma aliança, e também viu seus custos operacionais caírem 90% entre abril e setembro, muito disso por conta da queda nas vendas em seus principais mercados (América do Norte, Japão e China). Isso chamou a atenção da Honda, que já iniciou conversas com a rival para se fundirem. Porém, a taiwanesa Foxconn, famosa por ser a fabricante do iPhone, está interessada em atravessar essa negociação.
A informação vem do Wall Street Journal, que ouviu fontes anônimas “familiarizadas com o assunto”. Segundo elas, a Foxconn está muito interessada na expertise da Nissan na fabricação e design de veículos, já que a empresa tem um sonho antigo de entrar no setor automotivo.
A seu favor, a Foxconn tem o ex-executivo da Nissan, Jun Seki, atual diretor de estratégia para carros elétricos da empresa. O desejo dos taiwanesa de entrar no setor é tão grande, que eles até já se comprometeram a investir U$ 250 milhões em um parque industrial de componentes para elétricos no Vietnã. Eles também já lançaram os conceitos Model C, Model V e Model B, esse último com design assinado pela Pininfarina. Nenhum chegou às linhas de produção.

É justamente na fabricação de chassis e desenvolvimento de design que a Foxconn não tem muita experiência, e a Nissan entraria para suprir essa necessidade. De acordo com o Wall Street Journal, a empresa planeja terceirizar o design e a produção dos carros, algo semelhante à maneira que ela produz os IPhones da Apple.
Apesar do interesse da Foxconn, esse burburinho serviu, justamente, para que a Honda acelerasse as negociações para anexar a Nissan. O negócio seria um facilitador para ambas as partes no desenvolvimento de carros elétricos, que está bem atrasado.

A Nissan, embora tenha lançado o Leaf, deixou o carro ficar obsoleto e foi passada para trás por outras montadoras. A Honda nunca teve um elétrico de relevância e até fez uma parceria com a GM, que deu origem aos modelos Prologue e Acura ZDX, ambos feitos com a plataforma Ultium. Porém, esse acordo foi encerrado depois de dois anos.

Outro detalhe importante é que a negociação com a Honda também poderia incluir a Mitsubishi, cuja a qual a Nissan detém 24% das ações. Se essa união se concretizar, estaríamos diante do terceiro maior conglomerado automotivo do mundo, ficando atrás apenas da Toyota e do Grupo Volkswagen.