A Stellantis não teve o mesmo pudor e ,aos poucos, vai substituir seus motores V8 mais comuns pelo novo motor Hurricane, um seis cilindros 3.0 biturbo. Mas a Ford quer garantir a sobrevida dos seus motores V8 e trabalha em tecnologias que podem viabilizar isso sem ter problemas com normas de emissões mais rígidas.
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Uma série de patentes registradas pela fabricante nos Estados Unidos revela um projeto bem elaborado de um sistema que permitiria o uso de hidrogênio como combustível para motores a combustão.
A complexidade do sistema se justifica, dada a dificuldade para controlar a queima do hidrogênio na câmara de combustão e a elevada temperatura de trabalho que seriam alcançadas pelo uso do hidrogênio como combustível.
As patentes revelam um sistema de controle independente para o ar e para o hidrogênio, o que leva a supor que usariam um sistema de injeção direta de hidrogênio. O sistema também contempla o uso de dois turbocompressores e sistema de recirculação de gases EGR.
O sistema EGR também seria providencial para reduzir a temperatura na câmara de combustão, evitando a pré-detonação do hidrogênio. E graças a ele haveria precisão não só no controle do fluxo de ar na admissão como também da quantidade de oxigênio na mistura ar-combustível.
Se um dos desenhos mostra apenas o desenho de um cilindro, há esquemas que mostram que trata-se de um motor V8. Ainda que a Ford nunca tenha sinalizado que pretenda usar hidrogênio como combustível, como a Toyota ou a Yamaha fizeram recentemente, a fabricante norte-americana já sinalizou, em diferentes momentos, que estuda meios para manter seus motores a combustão mais potentes, inclusive com o uso de hidrogênio.
Na prática, seria o caminho para manter os grandes, poderosos e barulhentos motores V8 em carros como os Mustang Shelby. Enquanto isso, porém, a eletrificação da Ford avança com carros como o Mustang Mach-E e a F-150 Lightning.
V8 a hidrogênio com 449 cv
A Yamaha não faz carros, mas é uma grande desenvolvedora de motores a combustão. Tanto que conseguiu fazer um motor V8 a hidrogênio, ou quase isso: a base da sua criação foi um motor usado pela Toyota e pela Lexus, com quem tem parceria há décadas.
O ponto de partida foi o motor V8 5.0 aspirado 2UR-GSE, usado pelos Lexus RC-F e LC 500. Admissão e escapes foram modificados, mas mantiveram o deslocamento e a taxa de compressão de 12,3:1. Com as mudanças, os coletores de escape estão no meio do “V”, entre as bancadas.
Um mapa de injeção específico também foi necessário, obviamente. O resultado foi um motor V8 com 449 cv a 6.800 rpm e 55 kgfm a 3.600 rpm. São bem diferentes dos 477 cv a 7.100 rpm e 54 kgfm a 3.600 rpm do motor em sua configuração original, mas, ainda assim, muito promissor.