Dois anos se passaram desde que os Honda Fit e WR-V deixaram de ser vendidos no Brasil, deixando órfãos quem já estava acostumado com o espaço interno e a versatilidade da dupla, que compartilhava a mesma estrutura. O que pouca gente tem sabe é que o Honda WR-V continua em produção no Brasil.
O aventureiro foi criado no Brasil e pode ser tratado como o criador do segmento de Fiat Pulse, Volkswagen Nivus e Renault Kardian, mas passou bem longe de ser um sucesso de vendas. Contudo, é enviado para países vizinhos para ser um dos mais baratos ou mesmo o carro mais barato da Honda.
Não houve mudanças até hoje. O Honda WR-V vendido em Peru, Chile, Colômbia, Equador, Bolívia, Paraguai e Uruguai é o mesmo de antes e, inclusive, mantém versões LX, EX e EXL, com opções de câmbio manual de cinco marchas ou CVT para o motor 1.5 aspirado que, com gasolina, hoje alcança os 120 cv.
Procurada, a Honda confirmou que o WR-V segue em produção no Brasil para exportação. A fabricante não divulga o ritmo de produção “por se tratar de dados estratégicos”. Contudo, nos sete mercados para onde é exportado o Honda WR-V somou cerca de 3.000 unidades vendidas em 2023, informou a fabricante. Seria apenas 250 unidades por mês, um número baixo para justificar a produção de um carro com plataforma e motor exclusivos.
O motor dos Fit e WR-V, por sinal, foi um dos culpados por terem deixado o mercado brasileiro, junto com o HR-V da primeira geração. A Honda decidiu não atualizar seus antigos motores 1.5 é 1.8 aspirados para o Proconve L7, normas de emissões e ruídos que entrou em vigor no fim de 2021. A lei impede a comercialização do carro no Brasil, mas não a sua fabricação.
O que a Honda fez foi investir em uma nova geração de motores aspirados. Hoje os Honda City é HR-V de nova geração usam uma versão do motor 1.5 com injeção direta, que gera 126 cv.
Honda WR-V terá nova geração
Com o Honda HR-V mais barato custando R$ 152.700, há espaço para um novo SUV compacto de entrada. Existe uma nova geração do Honda WR-V em mercados da Ásia, mas com entre-eixos muito pequeno: 2,48 m contra 2,55 m do modelo feito no Brasil.
O candidato a ter produção nacional seria o Honda Elevate, apresentado na Índia em 2023. O modelo é menos sofisticado que o HR-V, mas tem 2,65 m de entre-eixos (4 cm a mais que o HR-V) e poderá se tornar nacional em até dois anos – a plataforma é a mesma dos City. Para isso, porém, a Honda precisa anunciar um novo ciclo de investimentos no Brasil.
O investimento também seria necessário para iniciar a eletrificação dos City e HR-V fabricados no Brasil. A aposta da Honda seria em um sistema a e:HEV flex, ou seja, um híbrido paralelo com motor a combustão que possa queimar etanol para gerar energia para o motor elétrico que movimenta o carro.