Faz tempo que os motores diesel são os preferidos dos compradores de picapes médias no Brasil. Em 2017, levantamento feito por QUATRO RODAS apontou que 83,7% das vendas de picapes médias no país eram movidas a diesel.
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Naquela época havia quatro picapes médias com motorização flex ou a gasolina à venda: Ford Ranger, Mitsubishi L200, Chevrolet S10 e Toyota Hilux. Hoje, restam apenas as S10 e Hilux.
Ranger e L200 deixaram de oferecer versões flex e as Nissan Frontier e VW Amarok nunca se renderam ao etanol ou a gasolina.
Um novo levantamento, feito junto a Mobiauto, sobre as vendas de todas as versões de Chevrolet S10 e Toyota Hilux confirmaram as nossas suspeitas: as picapes flex estão perdendo espaço.
No primeiro quadrimestre de 2021, 87% das vendas da picape da Toyota são das versões a diesel, enquanto nas vendas da S10 esse tipo de motor domina com 84% das vendas.
Além do mercado mostrar que as picapes flex são minoria, as próprias marcas começam a oferecer menos opções delas.
Na linha 2022, a Chevrolet tirou de linha duas versões flex da S10, a LT e LTZ 4X2 (só a 4×4 continua em linha). E isso pode ser um claro sinal de que a continuidade das versões flex pode estar realmente ameaçada.
Questionada sobre descontinuar as duas versões, a GM explicou que as vendas se concentram na versão de entrada flex (Advantage 4×2) e topo de linha (LTZ 4×4). Devido a esse comportamento do mercado, decidiram concentrar a produção nas versões mais comercializadas.
“A motorização a diesel sempre foi mandatória nesse segmento de picapes”, afirma Paulo Garbossa, da ADK Automotive. O consultor acredita que o motivo para marcas como GM e Toyota continuarem apostando em versões que vendem pouco é para cumprir metas de eficiência energética do Proconve (Programa de Controle de Emissões Veiculares). “Os motores flex emitem menos poluentes que os a diesel e cada empresa tem sua política para estar em ordem com exigências ambientais”.
Picape diesel a preço de flex
Lançamentos de picapes a diesel a preço de picape flex, como a Ford Ranger Black, tem mexido com o mercado. Tabelada em R$ 179.900, ela é R$ 16.090 mais barata que a versão topo de linha flex da S10, a LTZ 4×4.
Coincidência ou não, a Chevrolet S10 perdeu o posto de vice-líder em vendas pra Ranger em março de 2021. As versões intermediárias da picape da Ford, a XLS e a Storm, aumentaram a participação para 45,9% – 11,5% a mais que em fevereiro.
Precisamos levar em consideração que a Chevrolet S10 teve o ritmo de produção reduzido por conta da pandemia e os números podem ter sido afetados pela falta de abastecimento, mas o aumento das vendas da Ranger foi significativo.
Um outro ponto que contribui para a descontinuação das picapes flex é o fato de que o segmento de picapes intermediárias, com a Fiat Toro, Renault Oroch e a nova picape da Chevrolet que será lançada em 2022, pode disputar o mesmo público consumidor das médias flex.
Isso porque a capacidade de carga dessas picapes menores é muito próxima de uma média e seu desempenho e consumo são melhores. Portanto atenderiam muito bem as expectativas e necessidades deste consumidor e custam menos.
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