Fim da linha: os esportivos que saíram de linha em 2023
Alguns esportivos se despediram este ano, alguns para dar lugar a eletrificação, outros ganharam substitutos a combustão e um foi completamente rejeitado
A hora da despedida é sempre muito difícil, principalmente daqueles que mais gostamos. E, infelizmente, 2023 será marcado pela despedida de diversos esportivos icônicos, alguns tão históricos que já marcaram gerações há mais de cinquenta anos.
Então, fizemos uma pequena homenagem para relembrar e celebrar o legado desses carros que marcaram as pistas por onde passaram.
Dodge Challenger e Charger
2023 foi cruel para os fãs de muscle cars, pois não só aposentou uma, como duas lendas esportivas americanas. Desde o ano passado, o fim da dupla que está viva desde os anos 1960 já estava decretado, com a Dodge lançando diversas edições comemorativas.
Mas o fim derradeiro dos clássicos se deu há poucos dias, no último dia 22. A fábrica da Stellantis em Ontário, no Canadá, encerrou a linha de produção dos muscle cars, enquanto as encomendas pararam em setembro.
A última unidade do Charger a sair de fábrica foi um Destroyer Grey Scat Pack Widebody, com motor V8 6.4 de 492 cv, câmbio automático de oito marchas e tração traseira. Já Challenger era um SRT Demon, na cor preta Pitch Black. Sob o capô ele trazia nada mais nada menos que o V8 6.2 supercharger, o mais potente da história com incríveis 1.039 cv.
Se serve de consolo, esse é o fim da dupla como conhecemos — leia-se com motor V8. A verdade é que ambos têm versões elétricas confirmadas para um futuro próximo. Inclusive, a fábrica canadense já até está sendo preparada para recebê-los em sua linha de produção. Agora se eles serão sucessores à altura, é algo que só poderemos saber daqui a alguns anos.
Ferrari Portofino M
Embora esse fosse o conversível de entrada da Ferrari, a Portofino M não fazia feio nas pistas. O modelo foi o primeiro a usar um motor turbo desde F40, isso lá em 2014, quando ainda se chamava Califórnia. Mas as vendas só engrenaram em 2017, com a mudança do nome e a adoção do V8 3.9 biturbo de 600 cv. Em sua última atualização, no ano de 2020, ela ganhou um novo câmbio de dupla embreagem de oito marchas e 20 cv de potência.
Essa era a única Ferrari conversível a ter uma capota rígida, já que os demais modelos traziam um sistema mais simples batizado pela montadora de retractable hat top (RHT).
O lado bom, para os mais puristas, é que ela não vai sair por causa da eletrificação. Quem ocupará seu lugar nas linhas de produção é a Roma Spider, versão conversível com capota de tecido baseada no cupê que já dirigimos em Maranello. Inclusive, a substituta herdará o mesmo motor V8 com exatamente a mesma potência da Portofino M.
McLaren 720S cupê e conversível
Esse é outro que teve um fim, mas que não vai deixar nenhum amante dos motores a combustão de cabeça quente. O McLaren 720S teve seu fim anunciado de maneira repentina, mas a montadora inglesa já tinha algo preparado: o 750S.
A verdade é que o 720S teve sua produção encerrada no final de 2022, mas o mundo só ficou sabendo disso um mês depois, quando a montadora revelou o caso para o site Automotive News. Por isso, vamos considerar como uma despedida de 2023.
Mas sua saída não vai deixar tantas saudades. Não por ele não ser um carro icônico, mas porque o 750S é basicamente uma atualização do 720S. O design é praticamente idêntico, se diferenciando em alguns detalhes. Já o motor V8 4.0 biturbo ganhou 30 cv a mais, chegando aos 750 cv e o esportivo também fez um ‘regime’, perdendo 30 kg.
Chevrolet Camaro cupê
Outro que teve o fim decretado pela eletrificação foi o Chevrolet Camaro, que coincidentemente também é um icônico muscle car americano. A montadora já encerrou a produção do conversível e o cupê deverá sair de linha ainda no início de 2024.
O Camaro vai ficar sumido até 2025, pelo menos, quando será substituído por uma nova geração totalmente elétrica, assim como a dupla Challenger e Charger. A última versão, saiu da linha de produção equipada com o motor V8 6.1 de 461 cv.
No Brasil, o Camaro ganhou, exclusivamente, uma edição de despedida Collection. Ela é inspirado no clássico Z/28 de 1967 e tem apenas 125 unidades.
Audi TT e R8
Os únicos que sofreram tanto quanto os fãs de muscle cars, são os fãs da Audi. A montadora alemã apresentou dois dos seus esportivos mais icônicos em 2023: o TT e o R8.
O TT era o mais antigo da dupla, tendo estreado em fevereiro de 1998. Com 25 anos de história, o esportivo teve uma despedida em tom de funeral. A Audi divulgou uma foto da última unidade com um buquê de flores no capô e com um texto no para-brisas com as datas de nascimento e “falecimento” e o número total de unidades produzidas.
Em seu última versão, o TT era equipado com motor 2.5 turbo de 400 cv. Mas em seu legado, já teve outras opções. Uma das mais famosas trazia o motor VR6 2.5 de 250 cv.
Já o R8 era um pouco mais novo e saiu de linha com 17 anos. Mais potente, o esportivo tinha DNA Lamborghini, já que foi concebido sob a mesma plataforma do Gallardo, em 2006.
Além disso, o motor mais potente oferecido no Audi era o V10 5.2 de origem Lamborghini. Inicialmente ele tinha 540 cv, mas após uma atualização passou a gerar 610 cv. Nos primeiros anos, o R8 também era oferecido com um V8 4.2 de 420 cv.
A Audi ainda não se pronunciou sobre o futuro da dupla, mas é bem provável que ambos ganhem sucessores — talvez de mesmo nome — elétricos. O R8, no caso, já até ganhou uma versão e-Tron movida a baterias.
Porsche Panamera Sport Turismo
O Porsche Panamera Sport Turismo era um sobrevivente entre as peruas e, por isso, seu fim foi um tanto mais trágico. Nada de substituto elétrico ou um sucessor digno a combustão. A perua foi descontinuada simplesmente porque ninguém mais queria comprá-la.
Em novembro, a Porsche divulgou a terceira geração do Panamera, mas sem a versão perua. O último prego no caixão foi batido com a declaração da montadora: “Na China e nos EUA – os nossos principais mercados no segmento D – o Sport Turismo desempenha um papel menor. Por esta razão, decidimos descontinuar esta variante do modelo com o lançamento da nova geração”.
Para confirmar o argumento da Porsche, a revista britânica Autocar divulgou que o Sport Turismo não representava nem 10% das vendas totais do Panamera. A montadora também revelou havia uma concorrência interna com o mais bem sucedido Cayenne.