Fiat Grande Panda básico é exatamente o que se espera de um novo Uno
Na verdade, pode até ser melhor que qualquer compacto nacional: é mais equipado e um híbrido que anda só com motor elétrico

Há carros legais na Europa, mas há carros com versões ainda mais simples do que seus equivalentes vendidos no Brasil. Ou, vendo por outro lado, com prioridades diferentes. Recém-lançado na Itália, a nova geração do Fiat Grande Panda pode ser comprado tão básico quanto um Fiat Uno que seria usado como carro de trabalho.
O Fiat Grande Panda é, aliás, o ponto de partida para o próximo hatch compacto nacional da Fiat, baseado na mesma plataforma CMP/Smart Car do Citroën C3 e que será o ponto de partida para uma nova família que incluirá um SUV (irmão do Aircross), um SUV cupê substituto do Fastback (irmão do Basalt) e ainda uma picape para substituir a Strada.

O novo hatch compacto será lançado no Brasil em 2026 e pode ser a grande oportunidade da Fiat resgatar o nome Uno. Até porque o Panda é, historicamente, o equivalente europeu do Uno. Se você não está convencido disso, veja ele na cor branca.

Faróis mais simples e rodas de aço (aro 16, diga-se) sem calotas se destacam, mas o Fiat Grande Panda Pop também não tem aerofólio, rack no teto e elementos em preto brilhante na carroceria.
Não se deixe enganar pelos retrovisores e maçanetas pretos, pois isso é padrão no compacto em todas as versões, assim como as largas molduras nas caixas de roda. Tudo isso faz parte do conjunto de elementos que tentam dar ao Panda um aspecto de SUV.

No Brasil, mesmo os carros compactos de entrada têm pelo menos um simples sistema de som – isso se não tiver uma central multimídia de série. Na Europa, a solução mais comum é a mesma presente neste Grande Panda básico: uma porta USB (tipo-c, pelo menos) com um suporte de celular exatamente onde estaria a central. Por sinal, tem quadro de instrumentos digital de 10 polegadas.
Na verdade, essa solução até foi tentada no passado no antigo Fiat Uno, mas não vingou.

Mas a lista de equipamentos de segurança pode fazer inveja. A legislação europeia obriga que mesmo carros mais baratos tenham assistente de faixa, monitor de cansaço, reconhecimento de placas e frenagem autônoma de emergência. Ainda tem freio de estacionamento eletrônico, acendimento automático dos faróis, seis airbags.
A mecânica do Grande Panda Pop também passa longe de ser simplória. Usa o motor três cilindros 1.2 turbo de 100 cv em configuração híbrida leve (MHEV+) de 48V. Um motor elétrico de 28 cv está integrado ao câmbio eDCT, de dupla embreagem e seis marchas.

Não dá para confundir esse sistema híbrido leve com o dos Pulse e Fastback nacionais. O Grande Panda consegue se mover apenas com o motor elétrico, seja em arrancadas, velocidade constante ou por até 1 km a velocidades abaixo dos 30 km/h. Também pode estacionar usando apenas o motor elétrico, pois o câmbio de dupla embreagem é capaz de desconectar o motor a combustão das rodas.

O Fiat Grande Panda Pop parte dos 18.900 euros, o equivalente a R$ 114.500 no câmbio atual, no mercado italiano. Não é barato para os padrões do Brasil e também não é o Fiat mais barato da Itália. O Panda da geração anterior custa 15.950 euros (R$ 96.580) e o Fiat Tipo parte dos 17.950 euros (R$ 108.700).