Centrais multimídia deixaram os carros menos seguros, conclui estudo

Telas sensíveis ao toque são uma realidade nos carros atuais e, exceto para alguns poucos fabricantes, a tendência é que elas fiquem cada vez maiores e concentrem cada vez mais funções. Casos como o do Mercedes AMG EQS, com tela inteiriça de ponta a ponta do painel, serão cada vez mais comuns. 

Porém essa tendência de mercado vai na contramão da segurança. Pelo menos essa é a conclusão de um estudo da revista automotiva sueca Vi Bilägare. 

Doze veículos foram avaliados quanto ao tempo que o motorista levou para realizar diferentes tarefas simples. E o levantamento revelou que o único modelo que não tinha telas acabou sendo o mais seguro.

Como foi realizado o teste?

Todos os veículos foram levados para um aeródromo para que os condutores utilizassem os respectivos sistemas de infoentretenimento de cada carro avaliado. O teste foi realizado com o veículo viajando a 110 km/h enquanto o motorista realizava tarefas como ajustar o ar-condicionado, escurecer a iluminação ou mudar a estação de rádio.

Uma das questões medidas durante o teste é o ângulo em que o motorista tem que olhar para baixo para operar os controles. O motorista teve que baixar sua linha de visão 56 graus para ver a extremidade inferior da tela no MG Marvel R Electric, em comparação com 20 graus no Mercedes-Benz GLB. 

Outro aspecto que foi utilizado para avaliar os resultados foi a retroiluminação dos comandos: no caso do Volkswagen ID.3 e do SEAT Leon, os comandos da climatização não acendem, o que os torna invisíveis à noite.

Mas o que mais surpreendeu foi a conclusão do estudo: o carro mais fácil de entender e operar em movimento, por uma ampla margem, foi um Volvo V70 2005. Todas as quatro tarefas são concluídas em 10 segundos, durante os quais o carro percorre 306 metros a 110 km/h.

No polo oposto, o sistema de infoentretenimento do MG Marvel R foi o que levou mais tempo para realizar tarefas simples: quase 45 segundos, durante os quais o carro percorreu 1.372 metros; mais de quatro vezes a distância em comparação com o antigo Volvo. O SUV chinês tem quase tudo comandado por toques em uma enorme tela no console.

Segue-se o BMW iX , que a revista sueca descreve como “uma das interfaces de usuário mais complexas e complicadas já concebidas”, e o Hyundai IONIQ 5, com 26,7 segundos.

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